Sandro Fantinel destilou discurso de ódio contra vítimas de trabalho escravo

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Por unanimidade, a Câmara Municipal de Caxias do Sul (RS) abriu o processo de cassação do vereador bolsonarista Sandro Fantinel. Após defender o trabalho escravo e dar declarações xenófobas e racistas contra vítimas do trabalho escravo em vinícolas de Bento Gonçalves, município no Rio Grande do Sul, manifestantes de partidos de esquerda lotaram a Câmara Municipal na sessão desta quinta-feira (2).

Foi criada uma comissão processante formada por três vereadores: Tatiane Frizzo (PSDB), o relator Edi Carlos Pereira de Souza (PSB) e Felipe Gremelmaier (MDB). O grupo terá 90 dias para tomar a decisão que pode levar a cassação do vereador.

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O vereador Sandro Fantinel foi expulso do seu partido, o Patriota, por violar a dignidade humana ao ofender trabalhadores encontrados em situação análoga à escravidão em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul. A decisão foi do diretório nacional do partido.

“Essa situação torna inconciliável sua permanência nas fileiras do Patriota, partido que prima pelo respeito às leis, à vida e à equidade”, disse o Patriota.

O vereador fez o comentário xenofóbico nessa terça. Ele ainda disse que as empresas devem contratar funcionários argentinos, pois estes seriam “limpos, trabalhadores e corretos”.

Após a fala do político, o deputado estadual Leonel Radde (PT-RS) disse que foi registrado um Boletim de Ocorrência contra o vereador.

O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), classificou como desumana as falas do vereador e decidiu acionar a Justiça.

“Eu repudio veementemente a apologia à escravidão e não permitirei que se refiram à nossa gente com preconceito. É desumano, vergonhoso e inadmissível ver que há brasileiros capazes de defender a crueldade humana”, disse o governador.

Como publicado pela Mídia NINJA, mais de 200 trabalhadores foram resgatados de um alojamento improvisado em Bento Gonçalves onde eram submetidos ao trabalho escravo durante a colheita de uva para vinícolas.

Em depoimento para a polícia, eles afirmam que foram extorquidos, ameaçados, agredidos e torturados com choques elétricos e spray de pimenta durante o serviço.