“Indícios fortíssimos de propina”, disse o senador Omar Aziz, presidente da comissão que irá investigar as joias que Bolsonaro tentou reaver na Receita Federal

Foto: Sério Lima/AFP

O Tribunal de Contas da União (TCU) deu cinco dias para que o ex-presidente de extrema direita Jair Bolsonaro (PL) devolva um estojo com joias masculinas que recebeu de presente após visita à Arábia Saudita. As informações são do Estado de S. Paulo.

Em fevereiro, uma reportagem do jornal Folha de S. Paulo revelou a existência de um recibo que mostrava que um suposto presente saudita havia sido incluído no acervo pessoal de Bolsonaro em novembro de 2022. Segundo o jornal, o pacote que chegou ao seu destino final continha um estojo que, em seu interior, guardava um relógio, uma caneta, duas abotoaduras, um anel e um tipo de rosário.

Os itens são da marca suíça de luxo Chopard, a mesma das joias que teriam sido presenteadas à Michelle Bolsonaro pelos sauditas e que foram retidas pela Receita Federal quando desembarcaram no Brasil.

O TCU também determinou que Bolsonaro entregue um fuzil e uma pistola que recebeu durante uma visita aos Emirados Árabes Unidos em 2019.

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Inspeção no acervo de Bolsonaro

O tribunal também determinou uma inspeção em todo o acervo de presentes que Jair Bolsonaro recebeu enquanto presidente da República, tendo que retornar os itens que não são considerados como “personalíssimos”, e a preposição de que, a cada fim de governo, seja feita uma inspeção detalhada no acervo pessoal de presidentes.

Todos os itens que não são considerados “personalíssimos” devem ser entendidos como patrimônio da União. O TCU já havia decidido que o ex-presidente não poderia usar os itens, embora tenha tentado burlar a Receita Federal para obter os objetivos.

Uma comissão no Senado, liderada pelo senador Omar Aziz (PSD), irá investigar se a entrega dos presentes tem relação com a venda de uma refinaria, situada na Bahia, aos árabes. “Indícios fortíssimos de propina”, disse Aziz em entrevista ao UOL.