O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, criticou Israel e afirmou que a a situação humanitária enfrentada pelos palestinos em Gaza é muito grave. De acordo com Blinken, “100% da população de Gaza enfrenta níveis severos de insegurança alimentar grave”, marcando a primeira vez que uma população inteira é classificada dessa maneira. Mais de 2,5 milhões de palestinos estão agora vivendo sob escombros no Norte de Gaza.

No mesmo dia, Israel pediu para Corte Internacional de Justiça (CIJ), em Haia, que não os obrigue a permitir entrada de mais ajuda humanitária na Faixa de Gaza. Israel está enfrentando um julgamento em que pode ser condenado por crimes de genocídio no tribunal.

As declarações de Blinken agravam a situação de Israel diante da comunidade internacional, principalmente após a morte de mais de 100 palestinos em uma fila de comida. A posição também destaca a urgência de aumentar o envio de ajuda humanitária ao território palestino, que tem enfrentado um período contínuo de massacre e instabilidade.

Desde o início dos bombardeios israelenses, em outubro de 2023, Gaza tem sido alvo de uma operação aérea e terrestre por parte de Israel, resultando em danos devastadores, com mais de 30 mil mortes, a maioria de crianças e mulheres, e agravando ainda mais a situação humanitária do território, que já vinha sendo alvo de violações de direitos.

Um relatório recente publicado por várias agências das Nações Unidas alertou que um em cada dois habitantes de Gaza está vivendo em uma situação humanitária “catastrófica”. Além disso, há o temor de que a fome atinja a parte norte do território já em maio, segundo as previsões.

Martin Griffiths, coordenador de ação humanitária da ONU, fez um apelo urgente a Israel para permitir a entrada livre de ajuda internacional na Faixa de Gaza, ressaltando que “não há tempo a perder” diante da iminente crise humanitária.

Diante desse cenário, Antony Blinken anunciou que viajará à Arábia Saudita e ao Egito nos próximos dias para prosseguir com as negociações sobre uma eventual trégua na Faixa de Gaza e o aumento do acesso à ajuda humanitária.

Israel contra envio de ajuda humanitária

Israel solicitou à Corte Internacional de Justiça que não emita ordens de emergência para aumentar a ajuda humanitária a Gaza, classificando o pedido da África do Sul como “moralmente repugnante”. Em resposta às acusações de genocídio liderado pelo Estado em Gaza, Israel negou causar sofrimento deliberado e argumentou que suas ações “visam proteger vidas inocentes”.

A CIJ havia anteriormente ordenado a Israel que se abstivesse de atos enquadráveis na Convenção de Genocídio.