Especialistas do Ministério de Minas e Energia (MME), Serviço Geológico do Brasil (SGB) e Agência Nacional de Mineração (ANM), constataram uma redução na velocidade de afundamento do solo na mina da Braskem, localizada em Maceió. Apesar do alívio momentâneo, o deslocamento vertical ainda persiste a níveis consideráveis, exigindo vigilância máxima.

No último período de 24 horas, o afundamento foi de 10 centímetros, comparado aos 15 centímetros observados no sábado (2). Desde a última semana, o afundamento chega a 1,75 metros. Apesar da ausência de abalos sísmicos neste domingo, a imagem de drone revelou um pequeno avanço na lagoa próxima à mina. A sala de situação manterá o monitoramento integral na região.

Moradores estão programando novas manifestações para esta segunda-feira. Manifestações foram realizadas em Mutange e Bebedouro, como destacou a NINJA, na última semana.

A principal crítica é que nem a prefeitura, nem a Braskem estão dispostas a pagar aluguel social ou indenização em um curto período de tempo. Boa parte das famílias estão sendo levadas para quadras de escolas públicas, outras estão sendo levadas para hotéis e pousadas, o que tem gerado descontentamento e revelado desigualdade de tratamento.

Enquanto a fiscalização persiste, a Defesa Civil de Alagoas anunciou a chegada dos técnicos do Departamento de Recursos Minerais do Rio de Janeiro (DRM), que passarão uma semana em Maceió para avaliação de riscos na região da mina 18, evidenciando a necessidade de reforços na análise técnica. A colaboração entre as equipes locais e do DRM se torna crucial diante da gravidade da situação.

Em meio ao afundamento, o Hospital Escola Portugal Ramalho está com previsão de ser evacuado devido ao iminente risco para os próximos dias. Em uma reunião de emergência entre a direção do hospital e autoridades de saúde, ficou evidente que a Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas, responsável pela instituição médica, enfrenta dificuldades consideráveis para encontrar um novo local adequado para abrigar os 120 pacientes psiquiátricos atualmente sob seus cuidados.

O histórico das minas da Braskem em Maceió remonta a décadas de extração de sal-gema, culminando no fechamento gradual desde 2019, após o fenômeno de afundamento do solo. O acordo firmado em julho deste ano entre a prefeitura e a empresa assegura uma indenização de R$ 1,7 bilhão devido aos danos causados, mas os moradores do bairro Mutange, por exemplo, ainda não foram indenizados e estão sendo obrigados a permanecerem em escolas.

Leia mais:

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https://midianinja.org/news/sonhos-destruidos-entenda-o-impacto-da-braskem-para-mais-de-55-mil-moradores-de-maceio/

 

https://midianinja.org/news/justica-bloqueia-r-108-bilhao-da-braskem-apos-afundamento-do-solo-em-maceio/