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O pastor Lázaro Augusto da Rosa, da Igreja Universal, foi denunciado por ato de racismo no ambiente de trabalho nessa última semana em Belo Horizonte.

O fato ocorreu durante a gravação do programa onde Ana Clara, de 23 anos, é assistente de produção e ouviu do pastor: “Ana, Ana, tem que passar chapinha”.

O pai de Ana, o advogado Claudio dos Santos, conseguiu recuperar a gravação de áudio que comprova o crime e anexou a denúncia, que aconteceu logo após ela sofrer a agressão verbal. (Escute ao final da matéria). O enquadramento em injúria racial ainda está sendo analisado pela polícia.

Ela ainda relata, que “ele sempre fez essas brincadeiras nos corredores, geralmente relacionadas a cabelo. Dizia sobre dread, insinuava que era cabelo de mendigo. Desta vez, quando fui fazer uma observação técnica sobre um brilho no rosto dele, ele partiu para este ataque falando sobre chapinha”.

A assistente de produção contou que após a fala ela começou a chorar e a gravação do programa precisou parar. Depois, ela foi levada a uma sala, em uma espécie de reunião secreta para abafar o caso, e ouviu que “se fosse à delegacia seria um problema grande”.

Ana Clara declarou que a vontade de fazer justiça foi maior que o medo e a possibilidade de perder o emprego, principalmente porque, desta vez, poderia provar, já que “nunca somos levadas a sério”, disse ela.

A assistente ainda desabafou: “Tentaram me colocar como louca, mas a verdade é que até a equipe parou. Era racismo sim. Me levaram para a sala do diretor, que disse que iria conversar com o pastor, e que ele seria punido em uma espécie de lei interna deles, mas que ninguém saberia. Tentaram inverter como se eu fosse o problema”.