Por Isabella Rodrigues

Na Cúpula da Ambição Climática da ONU, em 20 de setembro, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, anunciou uma correção na meta climática brasileira. Isso restaura a ambição de 2015 no Acordo de Paris, revertendo as mudanças do governo anterior, conhecidas como “pedalada climática“. Agora, o Brasil visa reduzir suas emissões de gases de efeito estufa em 48% até 2025 e 53% até 2030.

A Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) é como os países comunicam suas metas de emissões no Acordo de Paris. O Brasil tinha até setembro para atualizá-la, e essa correção representa um passo significativo na agenda climática, mas não houve aumento na ambição climática para reduzir as emissões ainda mais.

O desmatamento e mudanças no uso do solo são críticos nas emissões brasileiras. O Governo Federal reafirmou o compromisso com a proteção da floresta amazônica e o desenvolvimento sustentável, incluindo a meta de zerar o desmatamento até 2030. A fiscalização do Ibama e ICMBio reduziu as áreas de alerta de desmatamento em 48% de janeiro a agosto, em comparação com o ano anterior.

Marina Silva destacou que não deve haver dilema entre desenvolvimento e combate à pobreza. “Mais de 3 bilhões de pessoas já são diretamente atingidas pela mudança do clima, em especial em países de renda média e baixa”, disse. “Nenhum país deve ter que escolher entre lutar contra o aquecimento global ou combater a fome e a pobreza”. A ministra ressaltou o compromisso do Brasil em alcançar o desenvolvimento de forma sustentável, considerando preservação ambiental e melhoria das condições de vida da população.

Além do discurso na ONU, a ministra se uniu à reunião ministerial do grupo Basic (Brasil, África do Sul, Índia e China). Comprometeu-se a fortalecer a liderança do grupo nas discussões sobre mudança climática e nas futuras COPs. A correção da meta climática brasileira é um passo importante, mas desafios significativos se apresentam no caminho para cumprir esses objetivos e contribuir efetivamente para o combate às mudanças climáticas globais.