Em sua segunda edição, a Marcha reivindica por políticas públicas que garantam expectativas de futuro para as comunidades trans e travestis

A Marcha Trans e Travesti 2023 do Rio de Janeiro acontece nesta sexta, 17 de novembro (Foto: Rai do Vale | Divulgação)


Por Rod Gomes

As comunidades trans e travestis irão ocupar as ruas do centro do Rio de Janeiro na sexta (17) reivindicando por políticas públicas que garantam dignidade e reais expectativas de futuro para estas parcelas da população. Sob o tema “Pelo direito de sonhar novos futuros”, a segunda Marcha Trans e Travesti do Rio de Janeiro está programada para ter início às 14h na Candelária, região central da cidade.

“Nossas mais velhas, que estiveram na linha de frente da luta em 1993, sonharam um futuro que estamos vivendo agora, com a visibilidade e com os direitos que conquistamos. Mas ainda não é o suficiente. Nós vamos às ruas tomar de volta o direito de sonhar com perspectivas para além da sobrevivência, um futuro que tenha espaço para nossos afetos, nossas tecnologias, nossa liberdade em todos os espaços”, explica o diretor geral da Marcha Trans e Travesti do Rio de Janeiro, Gab Van. “As violências e opressões que se abatem sobre nossas existências sufocam qualquer possibilidade de abstração. No entanto, sonhar dá sentido à luta. E é por isso que hoje ocupamos as ruas e tomamos de volta o protagonismo da construção da nossa realidade”, completou.

Na edição de 2022, a Marcha Trans e Travesti do Rio de Janeiro voltou às ruas, em sua primeira edição rememorando o primeiro ato de mulheres trans e travestis que ocorreu em 1993 na cidade do Rio de Janeiro. Na época, a manifestação saiu sob o nome de ‘Marcha pela Diversidade Sexual’, mas, em 1994, passou a ser chamada de ‘Marcha das Travestis’, destacando a presença e luta politicamente organizada dentro de movimentos sociais.

Ao completar 30 anos da primeira caminhada de mulheres trans e travestis em luta por seu direito à sobrevivência e à cidadania, a Marcha Trans e Travesti do Rio de Janeiro se consolida no calendário da cidade com o tema “direito de sonhar novos futuros”. Dentre as reivindicações deste ano estão o acesso e manutenção de pessoas trans e travestis em instituições de ensino, a ampla assistência de saúde física e psicológica, a ampliação e maior eficiência de ambulatórios do processo transexualizador e políticas públicas específicas para segurança da comunidade trans e travesti. Segundo a organização, embora haja vitórias do movimento social organizado a serem comemoradas, a comunidade trans e travesti ainda tem no horizonte uma expectativa de vida limitada a 30 anos, em média, e os acessos à saúde, educação, segurança e moradia negados.

Nesta sexta (17), a Marcha se concentrará às 14h na Candelária, onde estarão disponíveis serviços para a população como orientações jurídicas, testagem rápida para HIV e outros serviços de saúde. Após a concentração, o ato seguirá pela Avenida Rio Branco em direção à praça da Cinelândia, onde se estenderá até às 22h. Entre as atrações musicais confirmadas para esta edição estão os cantores Igor Sudano, AZULA, TDouglas, Dayo Nogueira, Kenann e Havanna.

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