Enquanto mercado doméstico cai 6% no mês, o fluxo de capital estrangeiro soma R$ 2,4 bi desde as eleições

Novembro foi marcado pela reação negativa do mercado doméstico, mas não assustou o capital estrangeiro. Foto: Divulgação/CC

Enquanto a Faria Lima reagiu mal à eleição de Luiz Inácio Lula da Silva como novo presidente da República, o capital estrangeiro aplicou R$ 2,4 bilhões, até esta segunda-feira (28), conforme levantamento do TradeMap.

Desse valor total, R$ 1,9 bi entrou somente no dia 31 de outubro, o primeiro pregão após o segundo turno. O saldo é consideravelmente maior do que o registrado em setembro, quando o fluxo gringo foi de apenas R$ 585,3 milhões.

Durante o período da vitória de Lula até segunda, a B3 acumulava uma desvalorização mensal de 6,27%, mas no meio de toda essa volatilidade o investidor estrangeiro não se assustou com um novo governo de Lula, que tem se mostrado otimista com a expectativa de lucro.

E, segundo especialistas, a tendência é que o fluxo de capital estrangeiro na B3 continue positivo, atraídos pelo fato que a “bolsa brasileira está barata”, conforme informação de Marcelo Boragini, sócio da Davos Investimentos.

“Em termos de valuation, hoje a Bolsa opera perto de 6,5 vezes o preço sobre lucro (P/L), contra um histórico de 12 vezes. O recado é que a bolsa brasileira está barata”, destaca Boragini, em entrevista para o jornal O Estado de S. Paulo.

Outro fator destacado por especialistas é que Lula já  é conhecido pelos investidores estrangeiros. Além disso, os pares emergentes se encontram em um momento pior do que o Brasil, que saiu na frente no aperto monetário e agora vislumbra os primeiros cortes na taxa de juros enquanto outros países ainda estão no meio do ciclo.

Outras economias têm problemas ainda maiores, como a Rússia ainda em guerra, e a China com a desaceleração da atividade causada pela política de lockdowns.

“Frente a problemas maiores, o risco fiscal (com Lula) parece uma incerteza menor”, destaca a reportagem.

Com informações do Jornal O Estado de S. Paulo.

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