Bolsa de valores brasileira foi marcada pelo forte fluxo de investidores estrangeiros, empolgados com a vitória eleitoral de Lula
Foto: Ricardo Stuckert
Com o resultado das eleições de domingo, investidores da Faria Lima estavam convictos de que a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) derrubaria a bolsa e faria o dólar subir. Mas faltou combinar com os investidores estrangeiros.
No primeiro dia de transação financeira após o resultado eleitoral, a bolsa de valores brasileira foi marcada pelo forte fluxo de investidores estrangeiros, empolgados com a vitória eleitoral de Lula. O Ibovespa fechou em alta de 1,31%, com a bolsa escalando aos 116.037 pontos. Já o dólar comercial à vista caiu 2,60%, cotado a R$ 5,1640, depois de ter saltado acima dos R$ 5,40 no início do pregão.
Lula venceu o segundo turno da disputa neste domingo (30) ao derrotar o candidato da extrema-direita, Jair Bolsonaro (PL), que até o momento não se pronunciou após a derrota para o petista.
Analistas do mercado financeiro pontuaram que o desempenho nos próximos dias dos indicadores financeiros mais importantes para medir a confiança de investidores na economia Ibovespa, dólar e juros dependerá das indicações do presidente eleito sobre a condução da economia e, além disso, da reação de Bolsonaro e de seus apoiadores à derrota.
Indicações de nomes nos quais o mercado confia para a condução da economia seriam o principal antídoto para o nervosismo dos investidores, segundo Rodrigo Cohen, analista da Escola de Investimentos, repetindo o nome do ex-ministro Henrique Meirelles como um dos preferidos do mercado.
“O mercado abriu nervoso. Se Lula começar a anunciar bons nomes da equipe, isso pode ser positivo para a Bolsa. Caso indique Meirelles, a Bolsa pode ir para cima”, comentou.
Cohen também ressaltou que o silêncio do atual presidente sobre a decisão manifestada pela população nas urnas torna o ambiente para os negócios ainda mais tenso. “Ainda não tivemos nenhuma fala oficial de Bolsonaro”, disse.
No primeiro discurso como presidente eleito, Lula fortaleceu a perspectiva de um governo de coalizão, com um futuro mais estável para o Brasil. Em seu terceiro mandato, Lula reforçou a importância da união das pessoas e ainda afirmou: “A roda da economia vai voltar a girar”.
“A roda da economia vai voltar a girar. Com os pobres fazendo parte do orçamento, com o apoio aos pequenos e médios produtores rurais. Com apoio aos micro e pequenos empreendedores. Vamos fortalecer o combate à violência às mulheres”, declarou em seu primeiro discurso.
Investidores ampliaram na última sexta-feira (28) as vendas de ações com grande peso na Bolsa de Valores, enquanto reforçaram amplamente compras de papéis baratos ligados ao varejo e educação.
Petrobras e BB em queda
Apesar da valorização da maior parte das ações na sessão desta segunda, principalmente as que pertencem a empresas potencialmente beneficiadas por políticas públicas, houve queda significativa nos preços dos ativos de companhias controladas pelo governo.
Os papéis preferenciais da Petrobras, que são os mais negociados da companhia na Bolsa, caíram 8,47%. As ações do Banco do Brasil diminuiu 4,64%.
Com informações da Folhapress
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