Avaliadas em R$ 16,5 milhões, as joias seriam presentes do governo da Arábia Saudita à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro

Ex-presidente Jair Bolsonaro e joias recebidas pela ditadura da Arábia Saudita. Foto: Marcelo Casal Jr / Agência Brasil. Montagem com foto das joias, Receita Federal.

O Ministério Público Federal (MPF) encontrou indícios que apontam crime de peculato cometido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no caso das joias sauditas.

Avaliadas em R$ 16,5 milhões, as joias seriam presentes do governo da Arábia Saudita à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Os itens de luxo estavam com uma comitiva do governo que visitou o país do Oriente Médio e foram retidos pela Receita Federal no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, em outubro de 2021, como publicou a NINJA.

Um ex-assessor do então ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque tentou entrar no Brasil sem declarar as joias à Receita, o que é ilegal.

No início deste mês, Jair Bolsonaro prestou depoimento sobre o caso na sede da Polícia Federal em Brasília.

Durante o depoimento, Bolsonaro confirmou que conversou pessoalmente com o ex-chefe da Receita Federal Júlio César Vieira Gomes sobre as joias enviadas pela Arábia Saudita.

Na peça enviada à Polícia Federal em março, os procuradores apontam que “o primeiro ponto a se destacar é a tentativa do senhor Marcos André dos Santos [ex-assessor do então ministro Bento Albuquerque] de ingressar no país através do canal ‘Nada a Declarar’ com os presentes recebidos na Arábia Saudita, qual seja: o conjunto de joias. E, por conta disso, da detida análise dos fatos e provas apresentadas, verificou-se indícios do crime [de peculato]”.

O peculato é um crime que ocorre quando um funcionário público desvia ou se apropria indevidamente de bens aos quais tem acesso em virtude do cargo, abusando da confiança depositada nele.

*Com informações do G1

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