Fotos: Reprodução / Video Rafael Catarcione

O nome dela é Adriana Salles. Trabalha catando latinhas no Rio de Janeiro e foi flagrada pelas lentes do fotógrafo Rafael Catarcione. Nas imagens, ela está distante, em uma Marquês de Sapucaí vazia, dançando ao som da escola Império da Tijuca ao longe, que finalizava o ensaio técnico. “A Solidão e a Felicidade misturadas num sentimento pra lá de Carnavalesco”, escreveu o fotógrafo ao compartilhar o registro.

As imagens são “a essência do nosso Carnaval”, escreveu a Império da Tijuca, escola da Série Ouro do carnaval do Rio de Janeiro. “É essa a nossa mensagem à Família do Samba. O samba do povo negro, na casa de direito do povo negro, ao som do Império da Tijuca onde negritude é lei!”.

Depois que o samba de Adriana viralizou nas redes, ela foi procurada e encontrada pela escola de samba. “Adriana, que é mãe de três meninas e cata latinhas para sobreviver, vai realizar o sonho de desfilar pela primeira vez no Sambódromo com o Primeiro Império do Samba”, escreveu a escola. “Ela virá em um setor muito especial do nosso desfile que exalta a presença negra na Cultura e na Arte brasileira”.

A Império da Tijuca vai homenagear a escola de samba Quilombo, criada por baluartes como símbolo de resistência do carnaval.

Na publicação, a escola também escreveu que está à disposição para abrir as portas para que Adriana possa estudar e conseguir um trabalho formal para continuar ajudando a família. Ela é moradora do Morro da Providência, tem 36 anos e três filhas: uma de oito anos e gêmeas de um ano e meio. A escola promoveu o encontro dela com Rafael Catarcione, o fotógrafo que a registrou, e a atriz Cinara Leal, que fechou uma parceria com o Primeiro Império do Samba para ajudar na busca de oportunidades para Adriana.