Evento contou com uma série de exibições em praça pública, programação tradicional da Mostra

Foto: Hilreli/Minas NINJA

Por Lilianna Bernartt

A 27ª Mostra de Tiradentes é um dos principais eventos do ano, o evento responsável pela abertura do calendário audiovisual. O evento movimenta a cidade histórica de Minas Gerais, incentivando não só a divulgação do nosso cinema, como também o encontro e consumo do nosso cinema brasileiro contemporâneo, através da disponibilidade de títulos de forma gratuita.

Uma das partes mais queridas pelo público é a Mostra Praça. Diversos títulos são exibidos a céu aberto, na praça da cidade, que a cada ano reúne mais pessoas. Este ano, a Mostra Praça, que aconteceu entre os dias 19 a 27 de janeiro, reuniu 14 curtas-metragens, distribuídos em três sessões. Foram documentários, ficções, filmes que retratam a contemporaneidade de nosso país de de nosso cinema. 

Na programação de curtas-metragens tivemos alguns destaques como o documentário Pirenopolynda, de Izzi Vitorio, Tita Maravilha e Bruno Victor, que a partir de uma perspectiva da vivência trans, reconfigura tradições e relações. O curta metragem Dinho, de Leo Tabosa, conta a história do restabelecimento e reencontro de laços e vivências entre um menino que mora com sua tia e sua mãe. O elenco conta com Renata Carvalho e Hermila Guedes.

Outro destaque da programação foi o curta metragem A Alma das Coisas, dirigido por Douglas Soares e Felipe Herzog. O filme acompanha todo o trabalho dos bastidores de uma escola de Samba que se prepara para o Carnaval.

Já no que diz respeito aos longas, a Mostra Praça trouxe filmes que reúnem nossa brasilidade, a partir de histórias que geram o reconhecimento do Brasil contemporâneo. Um público que se enxerga nas telas. 

A Mostra foi marcada com a exibição inicial de produções premiadas de um dos homenageados da Mostra deste ano, o cineasta André Novais. O curta metragem Fantasmas, grande sucesso da carreira do cineasta, foi exibido seguido do filme O dia que te conheci, grande sucesso de público e crítica.

A exibição do filme Mussum: o filmis, outro destaque da programação na Praça, teve “praça cheia” com o público a postos para reverenciar o icônico cantor e comediante Mussum.

Outro destaque da programação foi o filme A Festa de Léo (RJ) tem direção de Luciana Bezerra e Gustavo Melo e tem o Vidigal como centro de sua história, que retrata pessoas e vivências da comunidade ao longo da comemoração do aniversário do garoto Léo. O filme tem uma trajetória de sucesso por outros festivais e mostra um olhar íntimo para as comunidades do Rio de Janeiro, se distanciando do discurso da opressão. O filme conta com o elenco e produção do grupo Nós do Morro.

Fechando os destaques da parte de longa metragem da Mostra Praça, vem o filme As Primeiras, da diretora Adriana Yanez. O filme conta a história de um grupo de mulheres do subúrbio do Rio de Janeiro, que foram as responsáveis pela formação da base da primeira seleção de futebol feminino do Brasil. Sem o recebimento de qualquer crédito – financeiro e/ou histórico, a diretora retrata o apagamento dessas mulheres, resgatando e devolvendo o protagonismo da vida dessas mulheres batalhadoras, fazendo jus a mais um pedaço de muitos da história de um Brasil ainda desconhecido por todos. Não à toa, o filme foi o vencedor do Prêmio de Melhor Longa-metragem do Júri Popular, o que reforça a importância da democratização e realização de espaços como este, de troca e integração. 

Alguns dos filmes selecionados para esta edição da Mostra estão previstos para entrar e cartaz ainda este ano, como é o caso do Filme O dia que te conheci, de André Novais, previsto para junho de 2024, na semana do dia dos namorados, como o próprio adiantou e também o filme A Festa de Léo, marcado para estrear no segundo semestre de 2024. 

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