Brasília vive noite de terror com bolsonaristas ateando fogo em carros e ônibus e tentando invadir o edifício da Polícia Federal

Bolsonaristas praticaram atos de terrorismo na região central de Brasília. Foto: Reprodução/Twitter

Apoiadores do atual governo de Jair Bolsonaro (PL) incendiarem carros e ônibus na região central de Brasília na noite desta segunda-feira (12). Ninguém foi responsabilizado até o momento, apesar do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), declarar que “a ordem é prender” todos os bolsonaristas que estão fazendo depredações e outros atos de vandalismo.

Os ataques começaram após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes pedir a prisão temporária, por dez dias, do líder indígena José Acácio Serere Xavante, apoiador de Bolsonaro.

A prisão foi decretada a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) por indícios de crimes de ameaça, perseguição e manifestações antidemocráticas em vários pontos de Brasília, insufladas por Serere Xavante.

Os bolsonaristas tentaram invadir o Edifício-Sede da Polícia Federal e queimaram carros no estacionamento em frente ao prédio da corporação. Os ataques prosseguiram por diversos pontos da cidade, queimando ônibus. Os vândalos chegaram a espalhar botijões de gás em volta dos carros pegando fogo e até próximo de postos de combustível da capital federal.


Extremistas apoiadores de Bolsonaro têm acampado em frente a quartéis e fazendo apelos golpistas por intervenção militar para que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não assuma o governo. A série de depredações aconteceu no mesmo dia em que o petista foi diplomado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O secretário da Segurança Pública do Distrito Federal, Julio Danilo, disse não ter informações sobre a quantidade de pessoas presas. Ele afirmou que algumas das pessoas que participaram dos atos de vandalismo estão acampadas no QG do Exército. Segundo o secretário, por conta do que ocorreu, será preciso “reavaliar” a permanência do acampamento no local. Ele admitiu, no entanto, que não tem ingerência sobre a área em frente ao Comando do Exército por se tratar de uma região militar.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do DF afirmou que orientou os motoristas a evitarem o centro de Brasília. “Como medida preventiva, o trânsito de veículos na Esplanada dos Ministérios, na Praça dos Três Poderes e outras vias da região central está restrito até nova mudança de cenário, após avaliação de equipe técnica”, informou a pasta.

O governo do DF declarou também que a segurança do hotel onde está o presidente eleito foi reforçada. “Destacamos, por fim, que as imediações do hotel em que o presidente da república eleito está hospedado tem vigilância reforçada por equipes táticas e pela tropa de choque da Polícia Militar do Distrito Federal”.

O futuro ministro da Justiça, Flávio Dino, disse na madrugada desta terça (13), que o presidente eleito Lula não foi exposto a riscos durante atos criminosos do que ele chamou de “um grupo pequeno” de bolsonaristas que vandalizaram a região central de Brasília.


https://twitter.com/FlavioDino/status/1602469966737211392

Dino declarou que as manifestações golpistas não surtirão efeito e classificou eles como derrotados. “Lembremos, hoje (ontem) houve a diplomação do presidente Lula. Nós não podemos neste momento achar que há vitória daqueles que querem o caos. O sentido principal da nossa mensagem é essa”, afirmou. “Há infelizmente pessoas desejando o caos, antidemocráticas, ilegais? Sim, há, mas essas pessoas não venceram e não vencerão amanhã”, completou.

O futuro chefe da Casa Civil, Rui Costa, defendeu no final da noite desta segunda-feira, 12, em nota, que os culpados pelos atos de vandalismo em Brasília sejam identificados, responsabilizados e punidos. “Não é admissível que pequenos grupos de arruaceiros promovam o caos na capital do País. A identificação e punição dos culpados deve ocorrer rapidamente”, afirmou.

A Polícia Federal também publicou nota sobre o caso e disse que os “distúrbios verificados nas imediações do Edifício-Sede da Polícia Federal estão sendo contidos com o apoio de outras forças de Segurança Pública do Distrito Federal (PMDF, CBMDF e PCDF)”.

Com informações da Agência Estado

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