Este foi o primeiro discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas realizado pelo presidente da Colômbia, Gustavo Petro, e já é considerado histórico

Petro fez seu primeiro discurso como chefe de Estado na ONU. Foto: Reprodução/Youtube
Por Mauro Utida
Diferente de Jair Bolsonaro, que atacou a imprensa internacional que denuncia a devastação da Floresta Amazônica, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, alertou o mundo sobre a devastação da Amazônia e a crise das mudanças climáticas.
Este foi o primeiro discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas realizado por Petro, e já é considerado histórico.
“A Amazônia queima, senhores, enquanto vocês fazem a guerra e jogam com isso. A floresta, pilar climático do mundo, some com toda a sua vida. A grande esponja que absorve o gás carbônico do planeta está evaporando”, disse aos presentes.
Petro dedicou boa parte de seu discurso ao falar sobre as belezas naturais e sociais da Colômbia, mas fez duras críticas aos grupos que destroem à natureza, em especial, a floresta amazônica.
“Destruir a floresta amazônica tornou-se um compromisso de alguns países, não importa o grito dado pelos cientistas”, acrescentou.
Segundo o mandatário, que assumiu o cargo no início de agosto, essas pessoas veem a mata como o “inimigo a ser derrotado” e a ser “extinguido com veneno” – além de outros governos que olham a floresta como, “algo a ser explorado”.
Guerra contra às drogas
Além disso, Petro defendeu uma mudança mundial na política de combate às drogas ao falar sobre a regulamentação das plantações de coca.
“Peço à minha querida América Latina que pare com a guerra irracional contra as drogas”, afirmou o presidente colombiano, que defendeu que não é preciso de uma guerra para diminuir o consumo de drogas e criar uma sociedade melhor.
“A guerra às drogas já dura 40 anos, se não corrigirmos o curso e continuarmos por mais 40 anos, os Estados Unidos verão 2,8 milhões de jovens morrer de overdose devido ao fentanil, que não é produzido em nossa América Latina. Eles verão milhões de afro-americanos presos em suas prisões privadas”, acrescentou.
“Ao esconder a verdade, eles verão a selva e as democracias morrerem. A guerra às drogas falhou. A luta contra a crise climática falhou”, disse Petro.
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