Movimento Pequenos Agricultores e Movimento dos Atingidos por Barragem alertam para as perdas da produção camponesa devido às fortes chuvas

As intensas chuvas dos últimos 20 dias no estado do Rio Janeiro afetaram a produção de hortaliças, verduras, legumes e tubérculos da agricultura familiar. Até o momento nenhum dos órgãos ligados à Secretaria de Agricultura do Estado do Rio Janeiro fez contato com as famílias produtoras para mensurar e contabilizar as perdas. Além de afetar as famílias produtoras, as perdas afetam de imediato o consumo, pois o ciclo da produção foi interrompido, havendo possibilidade de aumento de preços dos produtos pela diminuição da oferta.

Para os circuitos agroecológicos de comercialização já é possível ver a redução da disponibilidade dos produtos. Bruno Geraldo, coordenador do Raízes do Brasil e militante do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), responsável pela logística da produção da Cesta Camponesa, afirma que “já é notável ver as roças vazias devido os estragos das chuvas e diminuição de produtos disponíveis para cesta”.

Segundo a Rosana Martuchelli, presidente da APROLUC (Associação de Pequenos Produtores Rurais de Lúcios e Comunidades Vizinhas) e militante do MPA, “na região do Vale dos Lúcios em Teresópolis a perda foi entre 60 a 70%”. Rosana alerta ainda que todo município foi afetado e a perca para produtores até momento não foi contabilizado.

Em Magé, baixada fluminense, não foi diferente. Matheus Teixeira, presidente da Associação dos Produtores Rurais do Assentamento Fazenda Pau Grande, também militante do Movimento dos Pequenos Agricultores, afirma que muitas famílias perderam batata doce e aipim devido ao excesso de chuvas na região.

No município de Cachoeiras de Macacu, segundo Silas, militante do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) as chuvas afetaram os assentamentos São José da Boa Morte e Marubaí. “Essas inundações atingiram mais de 300 propriedades rurais, onde são cultivados alimentos que abastecem o CEASA-RJ, e deixou algumas famílias desabrigadas” alerta Silas. A previsão é de que isto possa provocar alta no preço de alguns alimentos como, por exemplo, o aipim.

Em caráter de urgência o Movimento Pequenos Agricultores e o Movimento dos Atingidos por Barragem reivindicam do Governo do Estado:

1) Equipe técnica que contabilize as perdas da produção das famílias;

2) Liberação imediata de seguro safra para famílias que perderam a produção;

3) Liberação de linha de credito especial para as famílias voltarem a investir na produção;

4) Chamada pública emergencial para áreas afetadas no formato de um PAA modalidade doação simultânea para garantir comercialização da produção.

Agricultura Camponesa Familiar para Rio de Janeiro não passar fome!

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