Milhares de peixes são encontrados mortos e população de Piraju aponta usina hidrelétrica como culpada
Moradores denunciaram a ação da Enel, multinacional italiana responsável pelo fornecimento de energia elétrica no estado
Moradores da cidade de Piraju no interior de São Paulo, denunciaram nesta segunda-feira, 21, a ação da Enel, multinacional italiana responsável pelo fornecimento de energia elétrica no estado, pela morte de milhares de peixes, causada pela Usina Hidrelétrica Paranapanema.
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De acordo com a população, a usina causou a morte dos peixes, em sua maior parte sardinhas, pela movimentação das comportas, que reduziu o nível de água no rio Paranapanema. A organização de preservação ambiental Panema Livre publicou em seu perfil no Instagram vídeos feitos pelos moradores da cidade registrando a enorme quantidade de peixes mortos, sem explicação.
Nas imagens, pescadores reclamam da hipocrisia, já que são proibidos de pescar no rio, sujeitos a multa, enquanto um desastre ambiental como esse acontece, e como denunciam, causado pela empresa.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) disse em nota que a operação das comportas das usinas deve observar as restrições ambientais, definidas pelo órgão ambiental competente”, e não teve conhecimento da situação. A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) informou que fará vistoria no local.
A equipe da Mídia NINJA recebeu da Enel uma nota a respeito da morte dos peixes, informando que não há relações com a operação da empresa multinacional na região. Confira abaixo
NOTA ENEL GREEN POWER
A Enel Green Power Brasil (EGP) informa que o episódio mencionado não possui relação com as operações da empresa na usina hidrelétrica de Paranapanema. A EGP esclarece que o Centro de Operações da companhia registrou ontem (20/03) uma redução de cerca de 30 cm no nível de água a montante de Paranapanema, causada por uma redução abrupta de vazão da usina operada na região pela Votorantim Energia. Para manter a operação da UHE Paranapanema dentro da normalidade, a EGP adotou o procedimento previsto em caso de redução de nível a montante e realizou manobra necessária para manter os níveis de água dentro dos padrões previstos, já que a usina opera a fio d’água, ou seja, não possui reservatório e depende exclusivamente da vazão das usinas localizadas a montante no curso do mesmo rio.
Com a redução do volume de água a montante, são criadas piscinas naturais ao longo da extensão do curso hídrico, com risco de aprisionamento de peixes. Vale ressaltar que a redução de vazão a montante não foi informada com antecedência ao Centro de Operação da EGP. A Enel Green Power ressalta que a Licença de Operação da usina Paranapanema não prevê o monitoramento ou resgate de ictiofauna no local em que o incidente foi registrado (a cerca de 1 km a jusante da Usina). Ainda assim, a EGP acionou uma equipe técnica para avaliar a situação e comunicará os órgãos ambientais competentes sobre possíveis impactos. A empresa está à disposição das autoridades para apoiar no que for necessário com relação ao evento citado.