Justiça aceita denúncia e Thiago Schutz se torna réu por ameaça contra Lívia La Gatto
O influenciador está obrigado a manter distância mínima de 300 metros das vítimas e também está proibido de falar com elas, pessoalmente ou nas redes sociais
“Depois disso processo ou bala. Você escolhe”, disse Thiago Schutz, em tom de ameaça, para a humorista Lívia La Gatto
A Justiça de São Paulo tornou réu Thiago Schutz , consultor e influenciador digital, por ameaçar e violentar psicologicamente a atriz e roteirista Lívia La Gatto e também a cantora e sambista Bruna Volpi, através das redes sociais.
O influenciador está obrigado a manter distância mínima de 300 metros das vítimas e também está proibido de falar com elas, pessoalmente ou nas redes sociais. A decisão foi no início de março, quando a Justiça também concedeu medida a protetiva para as vítimas. O caso foi publicado pela Mídia NINJA.
O episódio aconteceu em fevereiro, quando Lívia postou um vídeo que viralizou nas redes sociais com uma paródia de homens que têm discurso de ódio contra mulheres. Na gravação, ela ironiza Thiago Schutz , mas não cita o nome dele.
Depois disso, ela passou a receber ameaças do influenciador e, nesse período, ela afirmou ter recebido mais de dez ligações dele — as quais não atendeu — pelo Instagram.
Em uma das mensagens privadas que o coach enviou para a atriz, ele escreveu que ela tinha um prazo para deletar o vídeo que ela fez, senão levaria um processo ou “bala”. “Você tem 24 horas para retirar seu conteúdo sobre mim. Depois disso é processo ou bala. Você escolhe”, afirmou.
La Gatto, então, tornou pública a ameaça nas redes sociais e também registrou um boletim de ocorrência na delegacia, onde fez a representação criminal contra Thiago para que a polícia pudesse abrir inquérito e investigar o caso.
“Depois disso processo ou bala. Você escolhe”
O que poucos sabem é que o apelido escolhido pelo coach, Red Pill, é uma referência amplamente utilizada em grupos de extrema direita em todo o mundo para reafirmar ‘valores da masculinidade’ e se opor ao ‘sistema que favorece as mulheres’.
Os redpillados utilizam o termo baseado na pílula em que Neo, protagonista da série Matrix (vivido por Keanu Reeves), escolhe para usar após ter que decidir entre a pílula azul e a vermelha oferecidas por Morpheus (Laurence Fishburne).
No filme, Neo escolhe a pílula vermelha para adquirir consciência sobre a realidade. A pílula azul, que lhe permitiria seguir vivendo em um mundo de ilusões, é dispensada.
O termo red pill já foi utlizado por Elon Musk, Ivanka Trump e até mesmo pelo ex-ministro da Educação do Brasil, Abraham Weintraub, em discursos para extremistas.
O ex-ministro das Relações Exteriores do Brasil na gestão Bolsonaro, Ernesto Araújo, afirma ser um ‘redpillado’.
No dia 10 deste mês, Thiago foi ouvido pela investigação e negou as acusações.