Jovem aponta arma para a cabeça de estudante em briga de escola no DF
Caso ocorreu em São Sebastião, em frente ao Centro Educacional São Francisco
Uma briga de escola em São Sebastião, no Distrito Federal, teve arma apontada para a cabeça de uma das alunas na última terça-feira (22/3). O caso ocorreu em frente ao Centro Educacional São Francisco, o CED Chicão.
Conforme as imagens que foram difundidas pelos estudantes que gravavam a briga, uma das jovens envolvidas na discussão retira um revólver de sua bolsa e aponta para a cabeça de uma aluna. No momento da ameaça, houve susto e os estudantes começaram a correr.
A Polícia Militar do DF foi acionada pela direção da escola, mas quando os policiais chegaram a briga já havia dispersado. O Batalhão Escolar da PM informou que “está em contato com as escolas e pais de alunos para que discussões envolvendo os estudantes não evoluam para agressões físicas”.
O que está acontecendo nas escolas de Brasília ? Lá em São Sebastião uma menina enquadrou a outra com um revólver pic.twitter.com/QyfbMXnaYE
— Ceilândia MuitaTreta (@ceimuitatreta) March 23, 2022
Conforme informado pelo Correio Braziliense, a mulher que portava a arma já foi identificada e é uma “velha conhecida” da PM pois já se envolveu em outros delitos.
O caso provocou um debate entre a comunidade escolar relacionado à segurança dos estudantes. A Secretaria de Educação se reuniu, nesta quarta-feira (23/3), com os 14 coordenadores regionais de ensino da rede pública do DF “para uma reunião de emergência”.
Em nota, a direção da escola fez um desabafo sobre o descaso e a atual situação das escolas no Distrito Federal. “Precisamos urgentemente nos mobilizar como comunidade para que a educação não perca para a violência instaurada em São Sebastião”, diz a nota.
Conforme a unidade, estudantes, servidores e professores estão se sentindo acuados diante do descaso com a comunidade escolar do Ced São Francisco.
“Temos sofrido com a superlotação de escolas, falta de monitores e educadores sociais, além de cortes de verbas fundamentais ao cotidiano para a manutenção da escola e também ligados ao transporte escolar. Sabemos que em tempos de crise são necessários alguns ajustes. Porém, é inadmissível o ponto em que temos chegado no âmbito da educação”.
Confira a nota na íntegra:
“À comunidade escolar do CEd São Francisco e de São Sebastião
O ano de 2022 tem sido de muitas intercorrências para a educação. Temos sofrido com a superlotação de escolas, falta de monitores e educadores sociais, além de cortes de verbas fundamentais ao cotidiano para a manutenção da escola e também ligados ao transporte escolar. Sabemos que em tempos de crise são necessários alguns ajustes. Porém, é inadmissível o ponto em que temos chegado no âmbito da educação.
Estudantes, servidores e professores estão se sentindo acuados diante do descaso com a comunidade escolar do Ced São Francisco. Precisamos urgentemente nos mobilizar como comunidade para que a educação não perca para a violência instaurada em São Sebastião.
A falta de recursos materiais e humanos compactua para um ambiente insustentável de manutenção de uma unidade escolar. Nossos jovens estão sofrendo com a falta de oportunidades e descasos com a educação, abrindo espaço para que a violência ocupe o cotidiano da educação.
A principal medida tem sido estabelecer uma comunicação mais efetiva com as forças policiais responsáveis pela área, além de ações que envolvam o Batalhão Escolar. A parceria está sendo fundamental para coibir atos criminosos na região, porém a devolutiva, sobretudo por parte do Batalhão Escolar, tem sido de reclamação quanto ao efetivo disponível para toda a rede pública de ensino, sendo insuficiente para acompanhar as escolas.
Sabemos que em tempos de crise, como a que estamos vivendo, tende a aumentar os casos de violências em seus diversos aspectos. E, portanto, cabe às autoridades instauradas no momento darem uma devolutiva de ações que possam ser tomadas para que minimamente desenvolvamos um trabalho em que possa sobrevalecer a vida das pessoas.
A realidade instaurada nos causa medo e angústia, mas clamamos que as forças do bem possam compactuar para uma realidade em que os valores humanos criem relações e ambiente sustentáveis à vida. Essa nota é de esclarecimento quantos às ações que, como unidade escolar, se limitam a serem pedagógicas, ou seja, cabendo trabalharmos aulas/projetos/palestras que contribuam para o desenvolvimento moral, cidadão e humano de nossos estudantes. Entretanto, para a segurança de todos e todas, as medidas devem ser mais duras e incisivas, tanto por parte das forças de segurança quanto por parte da Secretaria de Educação que, urgentemente, precisa criar um ambiente de trabalho viável às pessoas que fazem acontecer o trabalho diário nas unidades escolares.
Direção escolar
Centro Educacional São Francisco”