Estudantes da USP decidem manter greve
Durante a assembleia, os alunos reconheceram avanços conquistados durante o movimento, incluindo a aceleração na contratação de docentes, mas alegaram que outras reivindicações fundamentais ainda não foram atendidas
Os estudantes da Universidade de São Paulo (USP) optaram por manter a greve estudantil que já dura três semanas, após uma assembleia realizada na noite de segunda-feira, 9 de outubro. O encontro ocorreu no vão da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), onde a maioria dos presentes demonstrou apoio à continuidade da paralisação. Não houve manifestações a favor do retorno das aulas.
A greve, que começou na FFLCH em 20 de setembro, se expandiu para outras faculdades e ganhou apoio dos docentes. Os estudantes ocuparam prédios das unidades e controlaram o acesso para impedir aulas contrárias à greve. Além da contratação de docentes, suas demandas incluem aumentar a cota para contratação de docentes negros e indígenas e melhorar o Programa de Apoio à Permanência e Formação Estudantil (Papfe), com o reajuste da bolsa de R$ 800 para R$ 1.000.
Durante a assembleia, os alunos reconheceram avanços conquistados durante o movimento, incluindo a aceleração na contratação de docentes, mas alegaram que outras reivindicações fundamentais ainda não foram atendidas pela reitoria da instituição. Uma nova reunião com a reitoria está agendada para esta terça-feira, 10 de outubro, juntamente com um ato unificado, e uma nova assembleia geral foi marcada para quarta-feira, 11 de outubro.
A reitoria se mostrou relutante em relação a algumas dessas necessidades, enquanto um grupo de professores da Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária (FEA) pediu o fim da greve dos alunos e a retomada das aulas, alegando prejuízos ao calendário acadêmico e à excelência acadêmica da USP.