A Polícia Federal (PF) começa nesta semana a colher as provas da delação premiada de Mauro Cid, e que envolvem a participação direta do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em  esquemas investigados pela PF e pelo Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com fontes próximas à investigação, os depoimentos iniciais de Cid já forneceram esclarecimentos cruciais, direcionando agora o foco para a verificação e busca de evidências que corroborem suas declarações à Polícia Federal (PF). As informações são de Daniela Lima, da Globonews.

Na  fase atual, a investigação inclui a realização de “diligências complementares” destinadas a fortalecer ou questionar as alegações do delator. A delação de Mauro Cid representa um sério abalo para Jair Bolsonaro, admitido até mesmo por aliados, uma vez que Cid ocupava uma posição de grande proximidade com o ex-presidente, frequentemente chamado para resolver questões políticas e pessoais.

Mauro Cid está diretamente envolvido nos principais pontos da investigação até o momento, que incluem suspeitas de fraude no cartão de vacinação, desvio de presentes valiosos e alegações de que ele estava envolvido na articulação de planos para um suposto golpe após a derrota nas eleições de 2022.

Em relação a tentativa de golpe, a PF alega que Cid tinha a responsabilidade de buscar fundamentos legais para justificar o golpe contra o resultado das eleições, inclusive através da promoção, disseminação e distribuição de interpretações questionáveis do artigo 342 da Constituição.

Atualmente em prisão domiciliar, Cid continua recebendo o salário de R$ 26 mil do Exército brasileiro. O militar não cumpre funções, mas está lotado no departamento pessoal.

A Polícia Federal vê indícios suficientes para enquadrar integrantes do núcleo bolsonarista no crime de organização criminosa no caso das joias. Além deste caso, investigadores relatam que Mauro Cid também está contando como funcionava o gabinete do ódio e as estratégias dos integrantes desse grupo na disseminação de notícias falsas sobre o sistema eleitoral.