Por Sabrina Ventresqui

Vencedor de quatro Kikitos no Festival de Gramado de 2025, incluindo a categoria de “Melhor Filme”, o longa “Cinco Tipos de Medo”, dirigido pelo cuiabano Bruno Bini, demorou dez anos para ser concluído. O triunfo é inédito para Mato Grosso, sendo a primeira indicação e vitória do estado na premiação.

“Antes do prêmio, a sensação já era de muita gratidão pelo acolhimento que o público teve pelo filme na sessão. Foi incrível, recebemos um carinho gigantesco, a recepção foi muito positiva e saímos daquela sala muito felizes. Com a premiação, esse sentimento ficou, obviamente, ainda maior”, destacou Bini.

O projeto começou a ser idealizado ainda em 2015, quando Bini foi contemplado em um edital com consultoria em roteiro. Com o recurso, o cineasta decidiu enriquecer a narrativa, que deu origem ao curta-metragem “Três Tipos de Medo”.

O diretor também precisou superar obstáculos imprevisíveis, como a pandemia da covid-19, que atrasou em quatro anos o início das filmagens do longa. Além da doença viral, Bini enfrentou a paralisação da Agência Nacional de Cinema (Ancine) e do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA). Por causa desses acontecimentos, “Cinco Tipos de Medo” só foi rodado no final de 2023, em Cuiabá.

Depois de finalizado, Bini e sua equipe inscreveram a obra em editais, o que culminou com a seleção e vitória na 53ª edição do Festival de Gramado. “Antes do prêmio, a sensação já era de muita gratidão pelo acolhimento que o público teve pelo filme na sessão. Foi incrível, recebemos um carinho gigantesco; a recepção foi muito positiva e saímos daquela sala muito felizes. Com a premiação, esse sentimento ficou ainda maior”, avaliou o cineasta.

Ao todo, o filme venceu as categorias de “Melhor Filme”, “Melhor Roteiro” e “Melhor Montagem” – todas para Bini – e “Melhor Ator Coadjuvante” para o rapper Xamã, que interpretou o traficante Sapinho em sua estreia no audiovisual. O longa também é estrelado por Bella Campos, atriz cuiabana em destaque nacional por sua personagem Maria de Fátima no remake de Vale Tudo, da Rede Globo.

A trama acompanha Murilo, um jovem músico em luto que se envolve com Marlene, enfermeira presa a um relacionamento abusivo com um traficante. Suas histórias se cruzam com as de Luciana, policial movida por vingança, e Ivan, advogado de intenções ocultas. Cinco vidas aparentemente desconectadas colidem em um caminho sem volta.

Com a vitória na principal premiação de cinema do país, o objetivo de Bini é continuar investindo no circuito de festivais, tanto nacionais quanto internacionais. A previsão é que o longa faça sua estreia nos cinemas brasileiros no primeiro semestre de 2026.

“Foi uma noite mágica para a gente e, acredito, para todo mundo que torce e trabalha pelo cinema mato-grossense. Para todos que lutam pelo nosso audiovisual e se dedicam a fazer nossas histórias saírem do papel e ganharem a tela”, celebrou o diretor.