Certificados falsos de vacinação foram emitidos dentro do Palácio do Alvorada, diz PF
As investigações detalham que, às 7h57 da manhã do dia 22 de dezembro, Mauro Cid entrou no Palácio da Alvorada e, um minuto depois, fez login em um dos computadores, acessando a conta de Bolsonaro no ConecteSUS para emitir o certificado
O ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 16 pessoas foram responsáveis por falsificar certificados de vacinação contra a Covid-19. O documento revela que os certificados foram emitidos e impressos dentro do Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência, dias antes de Bolsonaro e sua família embarcarem para os Estados Unidos, onde a vacinação era requisito para entrada. A ordem para falsificação partiu de Bolsonaro, aponta a PF.
De acordo com o relatório, a emissão fraudulenta dos certificados ocorreu no dia 22 de dezembro de 2022, pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Cid confessou em delação premiada à PF que emitiu os cartões a mando do ex-presidente e os entregou diretamente a ele.
As investigações detalham que, às 7h57 da manhã do dia 22 de dezembro, Mauro Cid entrou no Palácio da Alvorada e, um minuto depois, fez login em um dos computadores, acessando a conta de Bolsonaro no ConecteSUS para emitir o certificado. Às 8h01, o ex-ajudante de ordens imprimiu os arquivos “Certificado de Vacinação Covid-19” e “Covid 19 National Vaccination Certificate”.
O inquérito da PF buscou determinar se os dados dos certificados de vacinação de parentes de Bolsonaro, como sua filha Laura, à época com 12 anos, também foram forjados. O relatório, enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), revela que os downloads dos arquivos com os cartões de vacina foram feitos nos dias 22, 27 e 30 de dezembro de 2022, horas antes de Bolsonaro embarcar para Orlando, na Flórida.
Como resultado das investigações, Jair Bolsonaro, Mauro Cid e outras 15 pessoas foram indiciadas pelos crimes de associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema público.
O processo agora segue para a Procuradoria Geral da República, que decidirá se apresentará denúncia à Justiça ou arquivará o caso.