Caso de estudante preso por planejar massacre reforça alerta contra violência nas escolas do DF
Batalhão escolar registra mais de uma ocorrência por dia no Distrito Federal
Um estudante de 20 anos foi preso na Asa Sul, em Brasília, nesta terça-feira (29), suspeito de planejar massacre em escolas e eventos do Distrito Federal.
Em sua casa, agentes da operação encontraram instrumentos que o ligavam a atos violentos como arma de fogo, faca, taco de beisebol e máscara do personagem Jason (Sexta-Feira 13), além de fotos e vídeos relacionados à pornografia infantil. Na delegacia, o jovem afirmou que participa de grupos com ideais nazifascistas e antidemocráticos e detalhou como planejava os atentados.
A prisão foi realizada em meio a uma grave crise envolvendo a violência nas escolas do Distrito Federal. De acordo com o Batalhão da Polícia Escolar, até a última quarta-feira (23), foram registradas 121 ocorrências nas proximidades de escolas do DF. Ou seja, mais de uma por dia.
https://midianinja.org/news/jovem-aponta-arma-para-a-cabeca-de-estudante-em-briga-de-escola-no-df/
Em resposta ao elevado número de casos, a Secretaria de Educação divulgou medidas que serão implementadas em um plano com a Secretaria de Segurança Pública. Contudo, são medidas apenas de reforço policial. As comunidades escolares e de juventude têm debatido a necessidade urgente de um plano que oriente as escolas do DF contra a promoção do ódio e da violência com base educacional. As secretarias de Saúde, da Juventude e da Justiça disseram que também vão apresentar suas propostas.
“É preciso compreender que a escola é o principal local de sociabilidade de crianças e adolescentes, não obstante é o espaço coletivo de maior incidência de atos violentos nas últimas semanas. Visto como alvos fáceis para a barbárie”, escreveu a ativista social Keka Bagno, do PSOL. “Isso é muito grave! Nós estamos em risco com a apologia às armas, banalização das opressões e atos contra a democracia. Processos que fragilizam a segurança coletiva”.
A prisão do estudante foi feita na segunda fase da Operação Shield, da Delegacia Especial de Repressão a Crimes Cibernéticos (DRCC).
O programa é uma ação conjunta com a Adidância da Polícia de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos da América (EUA) e a Agência de Investigações de Segurança Interna. “A operação neutralizou uma possível tragédia que poderia ocasionar consequências nefastas”, disse ao G1 o delegado delegado Dário Taciano de Freitas, da DRCC.