Entidade afirma que vai se mobilizar por avanços no setor da educação

Foto: Karla Boughoff

A 13ª Bienal da União Nacional dos Estudantes (UNE) – Um Rio Chamado Brasil começou hoje (2) na Fundição Progresso, situada junto aos Arcos da Lapa, região central do Rio de Janeiro, com a perspectiva de reabertura democrática e de reconstrução da educação, da cultura e do meio ambiente no país.

A bienal tem a estimativa de receber, até domingo (5), mais de 10 mil estudantes de todo o país. O evento terá mostras científica, artística e de jogos digitais.

Na abertura, com o tema Reconstruir o Brasil pelas mãos dos estudantes e do povo!, a presidente da UNE, Bruna Belaz, lembrou que o movimento estudantil se mobilizou muito nos últimos anos com um processo de resistência, tanto no debate da democracia quanto no da educação.

Aberta nesta quinta-feira na Fundição Progresso, 13ª Bienal da UNE deve reunir 10 mil pessoas – Tomaz Silva/Agência Brasil

“Nós nos mobilizamos com muita força em defesa da democracia. Nossa perspectiva agora é nos mobilizar para avanços. Não queremos mais nos mobilizar para resistir. Queremos nos mobilizar para alavancar novamente os direitos dos estudantes de ter acesso à universidade e à educação de qualidade”, disse Bruna.

A ex-reitora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e futura secretária de Educação Superior do Ministério da Educação (MEC), Denise Pires de Carvalho, destacou que a permanência estudantil nos bancos das instituições de ensino é fundamental.

“Para isso, temos que aumentar o valor das bolsas de permanência, das diferentes bolsas da pós-graduação, da graduação. Esse estudo já foi feito e será anunciado em breve. São dez anos sem reajuste”, afirmou Denise.

Ela destacou que a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Transição foi essencial não apenas para o pagamento do Bolsa Família mas também para que o governo possa reajustar as bolsas e aumentar o acesso ao ensino superior. “Com a PEC da Transição, a gente espera recompor o orçamento das instituições de ensino”.

O presidente da Associação Nacional de Pós-Graduandos, Vinicius Soares, também ressaltou a necessidade de aumento dos recursos para reajuste das bolsas e para a pesquisa no Brasil. “Foi devido à nossa potência que conseguimos resistir aos quatro anos do governo Bolsonaro, mas agora teremos uma missão muito grande, que é reconstruir o Brasil. A reconstrução nacional só vai sair quando colocarmos a educação e a ciência como fundamentais.”

 

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Durante o dia, a programação será na Fundição Progresso. À noite, a partir das 18h30, haverá shows artísticos em um palco montado nos próprios Arcos. Toda a programação é gratuita e aberta ao público.

Estão programados debates com as ministras Luciana Santos, da Ciência, Tecnologia e Inovação; Ana Moser, do Esporte; Marina Silva, do Meio Ambiente; Sônia Guajajara, dos Povos Indígenas; Margareth Menezes, da Cultura; e Anielle Franco, da Igualdade Racial.

A programação completa pode ser acessada aqui.

Programação da Bienal da União Nacional dos Estudantes pode ser acessada no site do evento – Tomaz Silva/Agência Brasil

Cultura, arte e ciência

A Bienal da UNE é um festival de cultura, arte, ciência e tecnologia que mapeia, conecta e apresenta o que de mais interessante tem sido produzido dentro e fora das universidades brasileiras. É considerado o maior encontro estudantil da América Latina.

O evento é realizado em conjunto com a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), a Associação Nacional de Pós-Graduandos e a Organização Continental Latino-Americana e Caribenha dos Estudantes.

A primeira Bienal da UNE foi realizada em 1999, em Salvador.