Benki Ashaninka, defensor dos direitos humanos e ativista ambiental, está sendo acusado injustamente
Benki Piyãco, líder indígena do Povo Ashaninka, pode ser condenado criminalmente por procurar à Polícia Federal e relatar ameaças.
Após conflitos por ocupação de terra na cidade de Marechal Thaumaturgo/AC, em abril de 2015, Benki Piyãco, líder Ashaninka (comunidade indígena localizada na região conhecida como Alto Juruá, Estado do Acre), fez denúncia à Polícia Federal para relatar os riscos de violência que estava sofrendo, em razão de sua atuação como agente agroflorestal e líder da Associação dos Ashaninkas do Rio Amônia – Apiwtxa.
Os responsáveis pela investigação do caso foram até a sede do município e, após ouvir apenas os acusados, decidiram por arquivar a denúncia. Sem ouvir Benki Piyãnco ou qualquer uma das pessoas da Associação dos Ashaninkas do Rio Amônia – Apiwtxa, a autoridade policial indiciou Beki e pediu a abertura de ação penal, contra o próprio indígena, pelo crime de denunciação caluniosa.
O Ministério Público Estadual do Acre aceitou o indiciamento e propôs ação penal contra Benki Piyãco e, agora, o líder Ashaninka pode ser condenado à pena de até oito anos de prisão. O processo tramita na 1ª Vara Criminal da Comarca de Cruzeiro do Sul/AC, está em fase de alegações finais para defesa e acusação e será julgado em breve na 1ª Vara Criminal da Comarca de Cruzeiro do Sul/AC. O advogado responsável pela defesa de Benki é Antonio Rodrigo Machado, também atuante na defesa do Povo Ashaninka em outras causas contra madeireiros.
Nas palavras do advogado, “Benki Piyãnco procurou o Estado brasileiro para receber proteção das forças policiais e, em sentido oposto, está sentado no banco dos réus, acusado de um crime que não cometeu. Ao ser escolhido pela seletividade do sistema criminal brasileiro, não é apenas a liberdade de Benki que está em risco, mas sim o próprio respeito desse país aos Povos da Floresta e toda sua cultura”.
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Uma petição está circulando pelas redes sociais, recolhendo assinaturas para que Benki Piãko Ashaninka não seja condenado injustamente por crimes que não cometeu. Faça parte desta luta!