Após pressão de alunos e professores, governo Lula vai suspender implementação do Novo Ensino Médio
Proposta foi criada pelo governo Temer, mantida por Bolsonaro e tem sido duramente criticada por estudantes e professores
Diante das críticas crescentes de educadores e estudantes contra o modelo criado na gestão Temer, o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu suspender a implementação do novo ensino médio. Uma portaria deve ser publicada nos próximos dias com a interrupção do prazo de implementação da política. A informação é do jornal Folha de S. Paulo.
O texto também irá sustar as mudanças no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) previstas para 2024, que adequariam o exame ao previsto nas novas regras da etapa. O Enem é a principal porta de entrada para o ensino superior público no país.
Essa suspensão ocorrerá, inicialmente, enquanto perdura o prazo da consulta pública sobre o tema. Iniciada em março, a consulta tem 90 dias de duração, com possibilidade de prorrogação, e mais 30 dias para o MEC (Ministério da Educação) elaborar um relatório.
Na prática, a suspensão de ter em 2024 um novo formato do Enem é a principal consequência.
A colunista da NINJA, Andressa Pellanda, listou 10 motivos para revogação do modelo de Temer.
Revogação completa
A revogação integral da reforma depende de uma ação do Congresso, uma vez que a mesma foi aprovada por meio de lei. A fim de evitar maiores impactos negativos à imagem do governo e do presidente Lula, a suspensão dos prazos foi a solução encontrada pelo governo para acalmar os críticos.
Em 2017, o novo ensino médio foi aprovado por meio de medida provisória, que acelera o processo de tramitação. Esse novo modelo prevê que a grade horária seja dividida em duas partes, sendo que 60% da carga horária dos três anos é composta por disciplinas regulares, comuns a todos os estudantes. Os 40% restantes são destinados às disciplinas optativas dentro de grandes áreas do conhecimento, conhecidas como itinerários formativos.
Com a implementação do novo formato obrigatória em 2022, diversos problemas têm sido registrados. Os estudantes têm se queixado principalmente da perda de tempo de aula em disciplinas tradicionais, além de casos de disciplinas desconectadas do currículo e deficiências na oferta dos itinerários para todas as escolas.