Pela descolonização, povos tradicionais realizam TEIA no Maranhão
Acontece nos dias 7 a 10 de dezembro, na comunidade quilombola de Cocalinho, Maranhão, o VII Encontrão da Teia dos Povos e Comunidades Tradicionais do Maranhão. O movimento pioneiro, que configura uma nova forma de organização coletiva, reúne-se pelo terceiro ano consecutivo. Nesta edição, espera-se cerca de 700 pessoas de povos e comunidades tradicionais vindas […]
Acontece nos dias 7 a 10 de dezembro, na comunidade quilombola de Cocalinho, Maranhão, o VII Encontrão da Teia dos Povos e Comunidades Tradicionais do Maranhão. O movimento pioneiro, que configura uma nova forma de organização coletiva, reúne-se pelo terceiro ano consecutivo. Nesta edição, espera-se cerca de 700 pessoas de povos e comunidades tradicionais vindas de todo o estado. Dessa vez, sob o tema “Nosso território sagrado: bem viver, memória, luta e esperança”, os participantes irão discutir os processos de enfrentamento no campo e formas de organização autônoma.
A comunidade quilombola Cocalinho, anfitriã do encontro nesta edição, é um dos exemplos de resistência frente às pressões do agronegócio. Vivendo cercados pelos eucaliptos da empresa Suzano Papel e Celulose, há cerca de sete anos, os moradores mantém as riquezas naturais do território, configurando uma verdadeira ilha, cercada de deserto verde. Os moradores relatam que a monocultura de eucalipto secou todas as reservas de água da região. “Somos a minoria, mas a gente vem lutando, para não afrouxar mais. O encontrão vai dar mais força, eles vão reconhecer que não estamos sozinhos” conta Leandro dos Santos, quilombola e morador da comunidade.
O que é a TEIA?
A TEIA se organiza através da partilha de experiências entre povos e comunidades tradicionais do Maranhão, que percorrem um processo de descolonização à ideologia do grande capital. O movimento composto por indígenas, quilombolas, quebradeiras de coco babaçu, geraizeiros, sertanejos e pescadores artesanais, surgiu no ano de 2011, como um levante de resistência e organização popular. Tem como base, a luta pela manutenção dos princípios do bem-viver, soberania alimentar e a preservação das mais diversas práticas culturais, que se manifestam de maneira ancestral.
Fotos : Ana Mendes| Andressa Zumpano| Ingrid Barros