COP30: o chamado das cidades para a ação climática global
Mostramos ao mundo que dá pra enfrentar a crise climática com justiça social e participação popular
A semana na COP30 foi mais do que intensa, foi inspiradora. Tive a honra e a responsabilidade de representar o prefeito Eduardo Paes e a cidade do Rio de Janeiro em um dos maiores, senão o maior, eventos globais dedicados à sustentabilidade, ao meio ambiente e ao combate às mudanças climáticas: a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), realizada em Belém (PA).
Foram dias decisivos para o avanço do debate sobre justiça climática, reunindo grandes especialistas do campo da sustentabilidade e também jovens lideranças que, ao lado da sociedade civil, reforçam a mobilização em defesa do planeta. A troca de experiências e saberes foi profunda, sobretudo quando o conhecimento ancestral e a sabedoria dos povos originários se conectam à ciência e à inovação, indicando novos caminhos para a agenda climática da nossa geração.
A COP30 também foi um espaço de encontros marcantes com personalidades de relevância mundial. Entre eles, destaco a reunião com Simon Stiel, secretário-executivo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC), da qual participei ao lado de representantes de governos subnacionais de várias partes do mundo. Essa interlocução reforça o papel essencial das cidades e governos locais na implementação de políticas climáticas eficazes e duradouras.
Nesse encontro, explicitei que a vida acontece nas cidades e muitas delas já estão se perdendo devido à nossa incapacidade coletiva de responder com a urgência e a eficácia necessárias. Não haverá uma transição justa sem o envolvimento significativo dos governos subnacionais. Não haverá uma resposta adequada à adaptação sem ações enraizadas nos territórios.
Para uma mudança efetiva, é necessário trazer as periferias para o centro das discussões, uma vez que esses territórios são os mais afetados pela crise do clima e nisso o Rio é pioneiro. Mostramos ao mundo que dá pra enfrentar a crise climática com justiça social e participação popular.
A COP30 foi um chamado à ação coletiva. É nas decisões locais e nas parcerias globais que reside a força para enfrentar a crise climática e garantir um futuro mais justo, sustentável e resiliente para todos, principalmente aqueles que estão em espaços de vulnerabilidade, social, econômica e ambiental.