Por Iza Lourença e Bella Gonçalves

Este ano promete transformações para quem mora em BH e na região metropolitana. Nós duas, Bella Gonçalves e Iza Lourença, garantimos que os benefícios serão menos trânsito e poluição, mais dinheiro no bolso da população e uma economia mais aquecida. O caminho? São três: a aprovação da gratuidade universal no transporte público de Belo Horizonte, a expansão do metrô da capital e a proibição de pedágios nas regiões metropolitanas de Minas Gerais. 

A questão é que a via para alcançarmos essas conquistas está cheia de buracos, como as estradas mineiras. Mas não se engane: não é pedágio que vai resolver. 

É por isso que precisamos  barrar o projeto de Zema, que quer instalar 12 novas praças de pedágios em nove cidades da Região Metropolitana de BH, no chamado “vetor norte”, sem nem consultar a população, o que por si só já é imoral. No ano passado, eu, Bella, levei à Assembleia de MG uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) em oposição ao projeto do governador: um edital que pretende conceder à iniciativa privada esse negócio lucrativo. A justificativa é que a concessão de 30 (trinta!) anos traria melhorias para as vias, mas não podemos deixar que o governador confunda o povo. Uma coisa é pedágio em rodovias extensas que cortam grandes estados. Outra coisa são as vias que se assemelham a grandes avenidas, que servem para integrar os grandes centros urbanos a cidades menores e que são essenciais para garantir aos seus moradores o direito ao acesso diário a empregos melhores, a serviços de saúde, educação e lazer na capital. 

Sabemos que são mais de 540 mil deslocamentos diários para BH, contando pessoas que chegam de Lagoa Santa, Matozinhos, Jaboticatubas, Baldim, Pedro Leopoldo, Capim Branco, São José da Lapa, Vespasiano, Confins e do aeroporto internacional. E mais de 70% dos deslocamentos cotidianos feitos no vetor norte são de pessoas que recebem menos de três salários mínimos. Vamos permitir que Zema chantageie e explore os trabalhadores mais pobres para conceder lucro aos mais ricos? A resposta é não. 

E já temos vitória. A partir de uma representação ao Tribunal de Contas do Estado (TCE), conseguimos barrar a licitação da concessão das rodovias do vetor Norte da RMBH. O relator, Agostinho Patrus, cancelou o processo e exigiu participação popular, transparência no processo e esclarecimentos sobre o edital. Agora, seguimos em luta para que a decisão se mantenha de forma permanente, afinal, pedágio aqui, não! 

É importante destacar que, nos últimos 12 anos, o número de pedágios em Minas saltou 461%, e o povo já paga muito caro pela vida e pelos transportes. Vamos seguir em luta por uma vida sem catracas, sem cancelas e menos custosa!

Outra iniciativa que vai aliviar o bolso do povo e que está muito próxima de se tornar realidade é a tarifa zero. O transporte público de BH pode ser gratuito para toda a população por meio de um projeto de lei (PL 60/2025) que eu, Iza Lourença, propus na Câmara de BH, após anos de mobilização de movimentos sociais. Conseguimos assinaturas de 22 dos 41 vereadores.

Vale lembrar que ônibus de graça já faz parte do dia a dia em mais de 120 municípios do Brasil, com financiamento do governo, tendo em vista que o transporte é um direito constitucional, como a educação e a saúde. BH é uma das poucas cidades do país que tem um fundo municipal voltado para a qualidade do transporte público, mas, mesmo assim, só o fundo não conseguiria arcar com os R$ 2 bilhões necessários para garantir ônibus de graça para todo mundo. A solução que propusemos é a criação da Taxa do Transporte Público (TTP), um imposto cobrado de grandes empresas, que tenham mais de dez funcionários, substituindo, com um valor inferior, o que elas já pagam hoje de vale transporte. Os estudos e as experiências em outras cidades mostram que esse modelo é possível. Cabe a nós pressionar para que o projeto avance e seja aprovado pelos vereadores de BH.

E por falar em pressão, foi depois de muitas décadas que saiu do papel a construção da nova linha do metrô que vai ligar o bairro Nova Suíça à região do Barreiro. Infelizmente, o processo foi feito à la Zema: ele vendeu o metrô, sem consultar o povo, e entregou nosso patrimônio de R$ 900 milhões por R$ 25,7 milhões para uma empresa privada de São Paulo. Depois da privatização, o serviço piorou, a passagem aumentou, mas, antes de garantir o básico, a empresa já começou a fazer obras prometendo novas estações, mas de uma forma nada adequada (o que importa é aumentar o lucro). E esqueceram de contar que 90% do investimento vem do nosso dinheiro público, parte do governo federal (R$ 2,8 bilhões) e outra do acordo de reparação pelo crime da Vale em Mariana (R$ 440 milhões). 

O problema é que a Metrô BH está expulsando cerca de 500 famílias que moram nas regiões onde a nova linha vai passar, oferecendo valores irrisórios, de aproximadamente R$ 15 mil ou pouco mais que isso para que as pessoas deixem suas moradias. Eu, Bella, estou trabalhando com firmeza na ALMG, junto do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), para garantir que haja reassentamento digno para as famílias atingidas e já conseguimos reuniões e a abertura de uma mesa de negociação, com a participação do Ministério Público. 

Além disso, a Metrô BH, com a anuência criminosa do governo do Estado, está planejando fazer com que as três últimas estações da linha 2 do metrô sejam no formato de “linha singela”. Se for assim será necessário aguardar o mesmo trem ir até a estação final e voltar para poder circular no sentido contrário (como se houvesse um único elevador em um prédio). Essa mudança destroi a lógica de um metrô, pois os intervalos de espera entre trens serão de até 15 minutos e afetarão a circulação de toda a rede metroviária, e não só as três últimas estações. Seguiremos defendendo a linha dupla, para que os usuários tenham mais conforto e acesso a mais horários.

Mas, enquanto atuamos firmes no Legislativo pressionando para aprovar propostas que atendam às necessidades de quem mais precisa, Zema e grande parte dos deputados de Minas e dos vereadores da extrema direita de BH trabalham para beneficiar seus amigos e para atender a interesses próprios. E fecham os olhos para as demandas urgentes dos mais pobres.

Sem falar de Zema, que já está em clima de campanha, viajando para passeata da extrema direita em São Paulo, tentando polarizar contra o presidente Lula, iludido com as eleições presidenciais de 2026, enquanto tenta privatizar nossas estatais, como Cemig e Copasa, e vender nossos hospitais. Será que ele está fazendo um caixa de campanha ao invés de governar para o povo mineiro?

Precisamos barrar a venda dos nossos sonhos para seguirmos construindo uma cidade melhor, com menos carros e congestionamentos, transporte público de qualidade e dignidade para todas as pessoas.