As mulheres que dão seus nomes no Carnaval
Nesse Dia Internacional da Mulher, vamos reverenciar aquelas que fazem o Carnaval acontecer.
Quando se fala em mulheres destaques no Carnaval, normalmente, vem à mente a imagem das passistas, rainhas de baterias ou das musas das escolas de samba. Mas nesse Dia Internacional da Mulher, vamos reverenciar aquelas que fazem o Carnaval acontecer.
Existem aquelas que exibem seus talentos na avenida, por exemplo, Paolla Oliveira, atriz e rainha de bateria da Grande Rio, que se despediu este ano dos desfiles, e que trava uma luta social para manter sua forma em dia; temos também a fidelidade de outras rainhas de bateria, como Sabrina Sato, pela Vila Isabel, Viviane Araújo, no Salgueiro, e Quitéria Chagas, no Império Serrano. Rainhas que não abandonam seus postos.
Por outro lado, temos aquelas que atuam nos bastidores da maior festa do planeta, fazendo com que o evento realmente aconteça. Lamentavelmente, o Carnaval carioca perdeu Rosa Magalhães, em julho de 2024, e Márcia Lage, que nos deixou em janeiro deste ano. Atualmente, não temos mais nenhuma carnavalesca no grupo especial à frente dos enredos das escolas. Mas, por trás de toda agitação do Carnaval, temos nomes que carregam o legado do samba no Rio de Janeiro, como é o caso da minha amiga, jovem e promissora, Lara Mara.
Com apenas 20 anos, Lara é diretora de carnaval da Unidos de Padre Miguel (UPM), carinhosamente conhecida como “Boi Vermelho da Zona Oeste”, que depois de 57 anos voltou à elite do Carnaval carioca, mas quiseram os jurados que ela fosse rebaixada novamente. Mas esse texto não é para falar de dores, mas de delícias. Lara é filha de Cícero Costa, um dos diretores de Carnaval do Boi Vermelho e neta de Deise Mara, uma das baluartes da UPM.
Com muita determinação e um “grito forte”, ela é criada dentro da quadra da UPM e, em 2024, trabalhou duro para o acesso da escola ao grupo especial. Durante os preparativos para o desfile deste ano, ela ficou nacionalmente conhecida pelo seu bordão: “Vamo botar pra f***, p***!”, nos ensaios e antes da escola entrar na avenida.
E ela botou mesmo, com toda sua beleza e fortaleza no auge dos seus 20 anos. Mas o Carnaval carioca não é só avenida. Além dela comandando a UPM, outras mulheres atuam em áreas distintas no Carnaval. É claro que eu não poderia deixar de citar as catadoras de recicláveis, que atuam todos os dias de folia, recolhendo o que se tornaria lixo, mas gira a economia, se transformando em renda, através do programa Folia Verde, da minha Secretaria.
Assim como não podemos esquecer das costureiras, cozinheiras e várias outras profissionais que fazem a festa acontecer. Além delas, existem as que movimentam milhões durante toda a festa. Carol Sampaio, por exemplo, é a empresária por trás do maior camarote da Marquês de Sapucaí, o Nosso Camarote, com quase 6 mil metros quadrados e recebe mais de 3.500 pessoas em cada dia de folia. Ao todo, são mais de R$35 milhões em investimentos, durante os seis dias de festa.
Ju Ferraz é sócia do Camarote Nº1 e vive o Carnaval o ano inteiro, quando termina uma festa, ela já se prepara para o ano seguinte, além de organizar outros camarotes como o Réveillon Arcanjos Nº1. A dupla Yasmin Pu Waksman e Isadora Villarim é responsável pelo Meiota, estúdio de figurinos, conhecida por vestir celebridades como Anitta e Iza.
Clarissa Romancini Viegas é fundadora da Ohlograma e transformou a marca em referência quando o assunto é Carnaval e moda festiva. Hoje, o Carnaval representa 75% do faturamento da empresa. A designer Vanessa Rodrigues é um nome forte quando se fala em fantasias de luxo. Seu ateliê produz fantasias detalhadas, que podem levar até 30 dias para ficarem prontas e custam entre R$20 mil e R$30 mil.
O Dia Internacional da Mulher é feito para celebrar e o Carnaval é uma das melhores formas de comemoração, mostrando o poder que essas mulheres têm, o quanto elas são imprescindíveis dentro e fora das avenidas. Mais uma vez, elas deram seus nomes no Carnaval.