A grande atriz brasileira – e agora cineasta – Dira Paes chega à Nave Coletiva para exibir seu primeiro filme como diretora, “Pasárgada”.

O longa será exibido no dia 15 de outubro, terça-feira, às 19h, na sede da Mídia NINJA em São Paulo (SP). Após a sessão, haverá um debate muito especial com a presença de Dira e mediação da cineasta, atriz e crítica de cinema Lilianna Bernartt.

O evento é gratuito. Para participar, preencha o formulário e valide sua inscrição no Portal da Floresta Ativista. Não perca tempo e garanta sua vaga!

“Pasárgada” estreou no 52º Festival de Cinema de Gramado, onde também venceu o prêmio de Melhor Desenho de Som (para Beto Ferraz), e acaba de ser exibido na 18ª CineBH – Mostra Internacional de Cinema de Belo Horizonte.

“Irene é uma ornitóloga, solitária em seus 50 anos que, durante seu projeto de pesquisa no meio da floresta, redescobre sua tropicalidade após conhecer Manuel, um jovem guia que fala a língua dos pássaros e traz à tona seus dilemas como mulher, mãe e profissional”, diz a sinopse oficial.

“Pasárgada” surgiu de uma experiência pessoal de Dira Paes. Durante a pandemia da Covid-19, a artista se isolou entre as montanhas do Arraial do Sana (Macaé, RJ), onde o longa foi rodado. Rica em biodiversidade, a região abrange parte da Mata Atlântica e é uma das áreas mais procuradas por pesquisadores de aves no mundo, o que serviu de inspiração para a criação da narrativa. Irene é uma ornitóloga de 50 anos, que está fazendo uma pesquisa na floresta tropical para realizar um trabalho de mapeamento de pássaros. Guiada por Manuel, um mateiro vivido por Humberto Carrão, Irene se vê em face das suas escolhas e do resgate da sua essência.

Nascida no Pará, em meio à Floresta Amazônica, a conexão de Dira com a natureza e seu compromisso com o ativismo ambiental foram elementos importantes para a construção da narrativa. Os dados de que, no Brasil, 80% dos animais contrabandeados são pássaros e que o tráfico de animais silvestres é o terceiro maior do mundo, perdendo apenas para armas e drogas, acionaram ainda mais as inquietações da cineasta para tratar desse universo em “Pasárgada”.

Uma de suas principais atividades durante o desenvolvimento do roteiro foi a observação de pássaros, fator determinante para a escolha da profissão da protagonista Irene. “Inspirada pelos versos do grande poeta modernista Manuel Bandeira, comecei a refletir sobre o poema ‘Vou-me embora pra Pasárgada’, e sobre o desejo que todos temos de alcançar o nosso paraíso particular, lugar onde a felicidade parece possível, ainda que de maneira onírica”, explica Dira.

Para transmitir as sensações de Irene e convocar o espectador a compartilhar o cotidiano da pesquisa de uma ornitóloga, a diretora dedicou muita atenção ao desenho de som do filme.

“Para uma ornitóloga como Irene, ouvir é ver de olhos fechados. Então a identificação do espectador é vivenciar as nuances daquele mundo de sons. Sentir o que a personagem sente é em grande parte ouvir o que ela ouve”, conta. Por isso, este é um filme sensorial que dá espaço aos sons da natureza e à maneira como eles nos afetam e se relacionam com quem circula pela floresta.

“’Pasárgada’ é a jornada solitária de uma ornitóloga que, surpreendida pelo resgate da sua tropicalidade, entra em contato com dilemas e escolhas, enfrentando as consequências de suas pesquisas naquele paraíso (…) Quem dera que pudéssemos voar tão livremente quanto os pássaros”, conclui Dira.

Serviço

O que: Cine Nave | “Pasárgada” – sessão + debate
Quando: 15 de outubro, terça-feira, às 19h
Onde: Nave Coletiva, Rua José Bento, 106, Cambuci, São Paulo (SP)
Entrada: Gratuito, mediante inscrição no Portal da Floresta Ativista

O Cine Nave é apoiado pelo Governo do Estado de São Paulo, Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, Governo Federal e Ministério da Cultura através da Lei Paulo Gustavo.