A 18ª edição da CineBH – Mostra Internacional de Cinema de Belo Horizonte, que vai acontecer entre os dias 24 e 29 de setembro, exibirá 110 filmes (59 longas, 2 médias e 49 curtas), de 15 países e 13 estados brasileiros, em 75 sessões, todas com entrada franca, distribuídos em 10 mostras temáticas: Continente, Território, Homenagem, Diálogos Históricos, A Cidade em Movimento, Vertentes, Praça, Curtas-metragens, CineMundi, Mostrinha, Cine-Escola e IC Play.

As projeções se espalham por 10 espaços de Belo Horizonte, como o Cine Theatro Brasil (Grande Teatro e Teatro de Câmara), Fundação Clóvis Salgado (Cine Humberto Mauro, Sala João Ceschiatti, Sala Juvenal Dias, Jardim Interno e Jardim do Parque), salas de cinema do Centro Cultural Minas Tênis Clube, entre outros.

O tema deste ano na CineBH é “Estados do Cinema Latino-Americano” e irá percorrer vários dos 20 filmes programados para as seções latino-americanas, divididas nas mostras Território, de caráter competitivo, para realizadores em início de carreira de longa-metragem, e Continente, não competitiva. Os país que aparecem com trabalhos na seleção são Brasil, República Dominicana, Uruguai, Argentina, Colômbia, Chile, Panamá, Argentina, Costa Rica e México. A maior parte dos títulos é inédita no país e se diferencia por aproximações e abordagens do continente fora dos padrões estabelecidos principalmente em eventos europeus.

Continente e Território

Na Mostra Continente, os filmes inéditos no país que ganham pré-estreia na CineBH são: “Nada”, de Adriano Guimarães (Brasil); “Maestra”, de Bruna Piantino (Brasil); “Maldita Eva”, de Pablo Spatola (Argentina); “Pibas Superpoderosas”, de Leonora Kievsky (Argentina); “Altamar”, de Ernesto Jara Vargas (Costa Rica).

Já os inéditos da Mostra Território são: “Mala Reputación”, de Marta Garcia, Sol Infante Zamudio (Uruguai/Argentina); “Carropasajero”, de Juan Pablo Polanco Carranza, Cesar Alejandro Jaimes Léo (Colômbia); “Sariri”, de Laura Donoso (Chile); “Posesión Suprema”, de Lucas Silva (Colômbia); “Ausente”, de Ana Carolina Soares (Brasil); “Las Almas”, de Laura Basombrío (Argentina); “Suraras”, de Barbara Marcel (Brasil/Alemanha).

Além destes, a Continente inclui os seguintes títulos: “La Mujer Salvaje”, de Alán González (Cuba); “Ramona”, de Victoria Linares Villegas (República Dominicana); “Idade da Pedra”, de Renan Rovida (Brasil); “Praia Formosa”, de Julia De Simone (Brasil e Portugal); “Pepe”, de Nelson Carlos de los Santos Arias (República Dominicana/Namíbia/ Colômbia); “Rio Vermelho”, de Guillermo Quintero (Colômbia); e “Dois Sertões”, de Caio Resende, Fabiana Leite (Brasil). Já a Território é completada por “Bila Burba”, de Duiren Wagua (Panamá).

Vertentes

Estreante na programação da CineBH, a proposta da Mostra Vertentes é exibir um cinema brasileiro cujo caminho já foi iniciado por seus realizadores e, por isso, provocam expectativa e curiosidade – seja pela presença de sucesso em outros festivais, por suas trajetórias ao redor mundo, pelos nomes envolvidos ou então a conjugação de tudo isso. Os títulos desta primeira edição da Mostra Vertentes, todos inéditos em Belo Horizonte, são: “O Dia que Te Conheci”, de André Novais Oliveira (MG); “Pasárgada”, de Dira Paes (SP/RJ); “Barba Ensopada de Sangue”, de Aly Muritiba (SP); e “Oeste Outra Vez”, de Erico Rassi (GO).

Homenagem

A 18ª CineBH prestará uma homenagem especial à cineasta paulista Anna Muylaert, uma das vozes mais marcantes do cinema brasileiro contemporâneo. A celebração ocorrerá na noite de 24 de setembro, no prestigiado Cine Theatro Brasil, onde a diretora estará presente para a exibição em pré-estreia de seu novo filme, “O Clube das Mulheres de Negócios” . O trabalho de Muylaert é conhecido por seus personagens complexos e contraditórios, que muitas vezes refletem as tensões sociais brasileiras, desde as dinâmicas de poder entre homens e mulheres até as relações entre empregadores e empregados.

Durante a mostra, terão sessões presenciais, em vários espaços da cidade, os seguintes filmes de Muylaert: “Que Horas Ela Volta?” (2015), “Durval Discos” (2002), “Alvorada” (2022) e “Mãe Só Há Uma” (2016). Estes e todos os outros títulos dirigidos por Anna Muylaert, incluindo curtas e longas-metragens, poderão ser vistos na plataforma online da CineBH, gratuitamente, durante o período do festival.

Cinema na praça

A Mostra Praça desta edição da CineBH está dedicada à música, seja por documentários que perfilam grupos e sonoridades à ficção cujo ponto de partida é uma loja de discos de vinil e no qual o ritmo narrativo é cadenciado pela musicalidade.

Os filmes serão exibidos na Praça da Liberdade, espaço de grande importância cultural e cartão postal da cidade. Os títulos serão os documetários “Nada Será como Antes – A Música do Clube da Esquina”, de Ana Rieper, e “Luiz Melodia – No Coração do Brasil”, de Alessandra Dorgan; a ficção “Durval Discos”, de Anna Muylaert, em cópia restaurada; e a animação “Teca e Tuti – Uma Noite na Biblioteca”, de Eduardo Perdido,Tiago MAL e Diego M. Doimo, além de curtas da Mostrinha.

Brasil CineMundi

Na celebração dos 15 anos do Brasil CineMundi – International Coproduction Meeting, há uma seleção de alguns dos títulos de maior repercussão cujos projetos passaram pelo maior programa de coprodução do audiovisual brasileiro, além de aguardadas pré-estreias. O recorte terá filmes em exibição em formato online, na plataforma do evento, e também presencialmente, na capital mineira. Os títulos a serem exibidos em formato presencial são: “Levante”, de Lillah Hallah (2023, RJ/SP); “Elon Não Acredita na Morte”, de Ricardo Alves Jr. (2016, MG); “Bacurau”, de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles (2019, Brasil/França); “Benzinho”, de Gustavo Pizzi (2018, RJ); “Amor, Plástico e Barulho”, de Renata Pinheiro (2013, PE); “Tinta Bruta”, de Marcio Reolon e Filipe Matzembacher (2018, RS); “A Transformação de Canuto”, de Ariel Kuaray Ortega e Ernesto de Carvalho (2023, PE / SP/ RS); e “Saudade Fez Morada Aqui Dentro”, de Haroldo Borges (2023, BA).

Diálogos Históricos

A proposta desta edição da Mostra Diálogos Históricos, sempre voltada a um olhar ao passado reconfigurado no presente, é prestar tributo aos 95 anos do cineasta chileno Alejandro Jodorowsky exibindo seus filmes de começo de carreira, todos produzidos no México: “Fando e Lis” (1967), “El Topo” (1970) e “A Montanha Sagrada” (1973). A ideia é retornar ao princípio da trajetória cinematográfica de Jodorowsky tendo por base sua forte relação com a América Latina. Estes três títulos foram os únicos dele feitos integralmente no continente.

Multiartista nascido no Chile em 1929, Jodorowsky trabalhou com circo, mímica, histórias em quadrinhos, teatro e tarô. Seu primeiro filme, inserido no meio de todas essas atividades, foi o curta-metragem “A Gravata” (1957), realizado na França, mas só dez anos depois ele de fato fez do cinema uma atividade mais constante. O primeiro longa-metragem foi “Fando e Lis” (1968), já no México, para onde se mudou em 1960 depois de se desiludir com os rumos políticos e sociais do Chile e de uma breve estada em Paris.

Todas as sessões serão acompanhadas de um bate-papo com o professor e pesquisador Estevão Garcia, um dos principais estudiosos no Brasil da obra de Alejandro Jodorowsky.

A Cidade em Movimento

A mostra A Cidade em Movimento exibe produções independentes de Belo Horizonte e região metropolitana em diálogo direto com a vivência nas cidades. Este ano, o tema é “Imagens de uma cidade criativa”, com filmes de distintos formatos e gêneros, de qualquer ano de produção, para o diálogo acerca de assuntos e questões da cidade do ponto de vista social, político, ambiental e cultural. O objetivo é expor as curvas, arcos e bordas e encontrar, nesse movimento, uma cidade que reconhece e reluz sua potência criativa, ao passo que historiciza e reivindica sempre novos amanhãs.

Foram selecionados 20 filmes, entre curtas e longas-metragens, que serão exibidos em seis sessões acompanhadas de recortes temáticos e rodas de conversas com militantes e pesquisadores. Os temas, com respectivos participantes, são “Presença: maternidade solo e políticas de cuidado”, com Dera; “Corpo-território: lugar de memória e resistência”, com Robert Frank; “Existências trans e não-bináries: amor, deboche e futurismo”, com Túlio Colombo; “Arte e desejo: corpos em criação”, com Henrique Limadre; e “Entre(laços) e gerações”, com Cristina Tolentino.

Saiba mais sobre a programação da CineBH 2024 no site oficial do evento.