Por Lucas Souza

Neste 20 de junho, Dia Mundial do Refugiado, confira a lista que o Som.VC preparou para mostrar o potencial da música de transpassar fronteiras e conectar até as mais distintas culturas.

Nessas 5 obras, um álbum, uma série, uma cobertura jornalística de turnê e duas faixas acompanhadas por videoclipes, a narrativa é direcionada pelo ponto de vista da vivência dos refugiados e migrantes. Seja por meio da representação (como no caso do clipe “Let me Be The One”), do próprio relato pessoal de pessoas de diversas partes do mundo em situação de refúgio e suas respectivas expressões musicais (série e álbum “Sons do Refúgio”). Ou ainda do ponto de vista de artistas que migraram buscando melhores condições de vida e lutam para fortalecer as formas de expressar e revisitar a própria identidade e seus locais de origem, ao mesmo tempo que batalham contra as opressões decorrentes do choque cultural (turnê do álbum “The Score” e faixa “Pa’l Norte”).

Série e álbum “Sons do Refúgio” – SESC

Em cada um dos 10 episódios, são apresentadas as histórias de músicos em situação de refúgio que encontraram no Brasil um espaço para divulgação da sua arte. Assim como na série, o álbum Sons do Refúgio reforça a música como uma expressão cultural que ultrapassa fronteiras e aproxima as pessoas, rompendo barreiras, seja de língua, de raça, de classe, de religião ou de nacionalidade. Em dez faixas, é possível conhecer a arte de músicos de diferentes regiões do planeta, que carregam, em suas histórias, traumas, deslocamentos, preconceitos, acolhimentos e recomeços, entre outros elementos que compõe suas vivências em solo brasileiro.

The Fugees in Haiti (1997) | You Had To Be There – MTV

O trio possui dois integrantes de ascendência haitiana (Michael e Jean) e constantemente aborda a força e a luta dos refugiados em suas músicas, refletindo sobre a condição humana, a luta pela existência e a busca por significado em meio ao caos.O programa registrou os shows pela turnê no Haiti do álbum “The Score”, além de passeios pela cidade, cenas dos ensaios e os depoimentos dos três integrantes sobre sua relação com o país, a população e os refugiados. O grupo promoveu dois shows beneficentes no país, reunindo no segundo concerto, realizado na capital, 75 mil pessoas.

Let Me Be The One – Iza e Maejor 

A faixa é o tema da campanha global projetada pela ONU em 2020 em parceria com a Fundação Humanity Lab. A proposta da música e da campanha é dar visibilidade aos refugiados e incentivar que as pessoas façam a diferença no meio em que vivem em busca de um futuro melhor para todos. O clipe reforça a mensagem ao mostrar Iza e Maejor ao lado de pessoas de todas as idades, tamanhos e etnias que estão refugiadas no Brasil e finaliza com a mensagem: “Se você me disser que é apenas uma pessoa, que não pode fazer a diferença […] não acho que isso seja verdade”. “Todos nós temos esse poder. Talvez você ainda não tenha percebido o seu poder”.

Calle 13 – Pa’l Norte

A canção do grupo porto-riquenho é um hino de resistência e esperança, que celebra a resiliência e a identidade cultural dos migrantes, apresentando uma mensagem de solidariedade e apoio aos que se sentem perdidos ou desprovidos de uma identidade clara devido ao deslocamento.Através de uma mistura de ritmos latinos e letras carregadas de metáforas a obra critica as dificuldades impostas pelos sistemas de poder, pela opressão e pela corrupção e ressalta a continuidade da experiência migratória, abrangendo aqueles que já se foram, os que estão em trânsito e os que ainda empreenderão a jornada.


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