Para além dos resultados, essa geração foi primordial no processo de ruptura sobre os estigmas, no desenvolvimento de base e em um calendário mais sólido nos campeonatos nacionais

Foto: Lucas Figueiredo/CBF

Por Patrick Simão / Além da Arena

O futebol feminino foi proibido no Brasil entre 1941 e 1979, iniciando sua regulamentação em 1983. Portanto, todas as suas evoluções aconteceram apenas nos últimos 40 anos.

A primeira jogadora brasileira de destaque internacional foi Sissi, artilheira e Bola de Ouro na Copa de 1999. O Brasil terminou em 3° lugar naquela Copa, que também tinha Kátia Cilene, Pretinha, Roseli e Formiga.

Formiga foi o principal nome na transição de gerações, participando de 7 Copas entre 1995 e 2019. Ela fez parte das gerações de Sissi e de Marta e Cristiane.

Em 2003, Marta se destacou em sua 1ª Copa do Mundo e, em 2004, Cristiane foi a artilheira das Olimpíadas. As duas jovens jogadoras, junto com Formiga, foram as protagonistas do futebol brasileiro durante duas décadas.

Em 2003, o Brasil foi Ouro no panorama e, em 2004, disputou a sua primeira final olímpica, conquistando a Prata. Em 2007, a Seleção obteve duas goleadas sobre os Estados Unidos: na final do Pan-Americano e na semifinal da Copa do Mundo. O Brasil chegava naquele momento à sua 1ª final de Copa do Mundo, gerando grande mobilização. Em 2008, mais uma Prata Olímpica, e a Seleção estava em outro patamar a nível mundial e nacional.

Foi a partir dessa geração que o Brasil começou a transmitir e investir mais internamente no futebol feminino. Porém, ainda assim, os avanços em estrutura eram muito abaixo do que deveriam. Ainda era pouco, mas quantas atletas da atual geração não começaram vendo a geração dos anos 2000 ser protagonista?

Na década seguinte, também com o trio histórico, a Seleção alternou entre gerações e fases. O Brasil ficou em 4° nas Olimpíadas de 2016 e fez uma quartas (2011) e duas oitavas (2015, 2019) em Copas do Mundo. Mas para muito além dos resultados, essa geração foi primordial no processo de ruptura sobre os estigmas, no desenvolvimento de base e em um calendário mais sólido nos campeonatos nacionais.

Estamos vendo uma passagem de bastão entre gerações, agora com mais investimentos, base para novas jogadoras, maior visibilidade e apoio. O futebol feminino brasileiro ainda precisa de muito mais investimentos e vai quebrar mais barreiras, mas o avanço dos últimos anos foi essencial. A geração de Marta, Cristiane e Formiga deixou um legado imenso.

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