De 1º a 14 de junho, São Paulo será palco da 12ª edição da Mostra Ecofalante de Cinema, um dos eventos audiovisuais sul-americanos dedicados à temática socioambiental mais importantes do país.

Neste ano, serão exibidos 101 filmes de 39 países diferentes, em sessões que acontecem em 39 espaços culturais da cidade de São Paulo. A programação é totalmente gratuita.

A sessão de abertura – exclusiva para convidados -, que acontece nesta quarta-feira (31), às 20h, no Espaço Itaú de Cinema – Augusta, o filme “Nação Lakota Contra os EUA”, de Jesse Short Bull e Laura Tomaselli, será exibido. A obra utiliza rico material de arquivo e entrevistas íntimas com ativistas veteranos e jovens líderes. Exibido nos festivais de Tribeca, Cleveland e Denver, o filme têm entre seus produtores executivos os atores Marisa Tomei e Mark Ruffalo.

O foco da Ecofalante 2023 são temas acerca do racismo ambiental, pós-colonialismo, povos indígenas e questões econômicas do presente e futuro. Os filmes se dividem nas seções Panorama Internacional Contemporâneo, Competição Latino-americana e Concurso Curta Ecofalante. Também haverá a Mostra Histórica, dedicada ao tema “Fraturas (pós-)coloniais e as Lutas do Plantationoceno”, trazendo 17 títulos icônicos realizados de 1966 a 1984, que discutem a herança do colonialismo em diferentes partes do planeta.

Cunhado nos anos 2010 pelas teóricas norte-americanas Donna Haraway e Anna Tsing, o termo “Plantationoceno” se contrapõe ao difundido Antropoceno ao reconhecer os fundamentos coloniais e escravagistas da globalização e do sistema socioeconômico hegemônico hoje. Na Mostra Histórica serão exibidos filmes como “A Batalha de Argel”, de Gillo Pontecorvo; “A Coragem do Povo”, de Jorge Sanjinés; “Cabra Marcado para Morrer”, de Eduardo Coutinho; “Emitaï”, de Ousmane Sembene; entre outros.

Completam a programação as estreias mundiais dos filmes “Cinzas da Floresta”, de André D’Elia; “Escute: A Terra Foi Rasgada”, de Cassandra Mello e Fred Rahal; e “Parceiros da Floresta”, de Fred Rahal Mauro. Além da sessão especial de “Mulheres na Conservação”, de Paulina Chamorro e João Marcos Rosa.

Quem comparecer à mostra poderá conferir também um programa infantil, um trabalho em realidade virtual, uma série de atividades paralelas que incluem uma masterclass com o pensador martiniquês Malcolm Ferdinand, uma oficina de cinema ambiental com Jorge Bodankzy, e um ciclo de debates.

Programas competitivos

Presente na Ecofalante desde 2014, a Competição Latino-Americana premia os melhores filmes de temática socioambiental da América-Latina. Dos mais de 500 inscritos para esta edição, foram selecionados 33 filmes, entre longas e curtas-metragens, produzidos na Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, México e Peru.

Entre os longas selecionados estão filmes como “A Invenção do Outro”, de Bruno Jorge; “Amazônia, A Nova Minamata?”, de Jorge Bodanzky; “Diálogos com Ruth de Souza”, de Juliana Vicente; “Exu e o Universo”, de Thiago Zanato; “Mamá”, de Xun Sero; “No Vazio do Ar”, de Priscilla Brasil; “Odisseia Amazônica”, de Terje Toomistu, Alvaro Sarmiento e Diego Sarmiento; “Perlimps”, de Alê Abreu; “Vento na Fronteira”, de Laura Faerman, Marina Weis; entre outros.

Entre os curtas estão “A Febre da Mata”, de Takumã Kuikuro; “Chão de Fábrica”, de Nina Kopko; “Entre a Colônia e as Estrelas”, de Lorran Dias; “Fantasma Neon”, de Leonardo Martinelli; “Infantaria”, de Laís Santos Araújo; “Levante Pela Terra”, de Cuhexê Krahô (Marcelo Costa); “Mãri hi – A Árvore do Sonho”, de Morzaniel Ɨramari; “Terremoto”, de Gabriel Martins; “Thuë pihi kuuwi – Uma Mulher Pensando”, de Aida Harika Yanomami, Edmar Tokorino Yanomami, Roseane Yariana Yanomami; entre outros.

A 12ª Mostra Ecofalante de Cinema terá suas projeções sediadas no Espaço Itaú de Cinema – Augusta, Centro Cultural São Paulo, Cine Olido, Biblioteca Roberto Santos, Centro Educacional Unificado – CEU, Casas de Cultura, Fábricas de Cultura e Centros Culturais.

Saiba mais e confira toda a programação no site oficial do evento.