Festival acontece entre os dias 16 e 27 de maio e já é marcado por grandes estreias e premiação

Alicia Vikander, Karim Aïnouz e Jude Law no tapete vermelho da première de “Firebrand”. Foto: Reprodução/Instagram

Por Mariana Martins

Em sua 76° edição, o Festival de Cannes, que acontece tradicionalmente na França, chega aos seus últimos dias. Com mais de 50 produções de longas e curtas sendo exibidos diariamente desde o dia 16 de maio, o famoso e reconhecido festival termina na noite do dia 27 de maio, no próximo fim de semana.

A estreia contou com exibições de diretores brasileiros. O documentário “Retratos Fantasmas”, do cineasta pernambucano Kleber Mendonça Filho, teve sua estreia no dia 19, sexta-feira, um documentário que conta sobre o cinema no Recife e aborda um lado da sua vida pessoal.

Já no dia 21, domingo, estreou o filme “Firebrand”, do cearense Karim Aïnouz, sendo uma das produções britânicas a concorrer à Palma de Ouro A exibição foi marcada por uma manifestação do diretor com o grito de “Viva o Brasil, Viva o Cinema Brasileiro, Viva Lula”, seguido de palmas do público depois da exibição do longa.

Vale lembrar que a Palma de Ouro, competição oficial do festival, acontece no último dia do evento (27), com um júri internacional de cineastas que busca premiar diretores e filmes exibidos durante o festival.

Com 21 filmes concorrendo, sendo seis de diretoras mulheres, o renomado festival faz história mais um ano.

Potência indígena

O festival também está sendo marcado pela ilustre presença de lideranças indígenas, que levam suas histórias e lutas ao evento.

O Cacique Raoni Metuktire marcou presença no tapete vermelho do Festival de Cannes, no dia 18. Raoni compareceu ao evento para a première de “Indiana Jones e o Chamado do Destino”, quinto filme da saga de aventura. O líder indígena está no importante evento francês para o lançamento de “Raoni, Uma Amizade Improvável”, documentário dirigido por Jean-Pierre Dutilleux. Em janeiro deste ano, Metuktire fez história ao subir a rampa do Palácio do Planalto, durante a cerimônia de posse do Presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT). O indígena foi um dos representantes do povo brasileiro.

Quem também está em Cannes participando do festival é a artista e ativista Watatakalu Yawalapiti, levando o Brasil e a causa indígena ao importante evento cinematográfico francês.

O ator manauara Adanilo também brilhou no tapete vermelho do festival para o lançamento de “Eureka”, novo filme do argentino Lisandro Alonso, no qual faz parte do elenco. Adanilo é um dos nomes em ascensão da nova geração de atores, fazendo parte de produções como os longas “Noites Alienígenas”, “O Rio do Desejo” e “Marighella”, além das séries “Cidade Invisível” e a segunda temporada de “Dom”.

Cannes 2023 conta também com a estreia do filme “A Flor do Buriti”, da dupla Renée Nader Messora e João Salaviza, que continua o trabalho iniciado em “Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos”, premiado em Cannes em 2018, e volta a colocar em foco a comunidade Krahô, no norte do Tocantins, abordando a luta pela terra e as formas de resistência adotadas pela comunidade.

Raoni Metuktire e Watatakalu Yawalapiti reunidos; Adanilo brilha no tapete vermelho. Foto: Reprodução/Instagram

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