Por Mauro Utida

Um ato nesta terça-feira (26) marcará os protestos contra o encerramento de 12 de seus 26 programas de pós-graduação da Unisinos (Universidade do Vale do Rio dos Sinos), tradicional instituição privada com sede no Rio Grande do Sul. A instituição anunciou, de forma unilateral,  o encerramento dos programas na semana passada.

Os 12 programas atingidos, que centralizam cursos de mestrado, doutorado e mestrado profissional, são: arquitetura, biologia, ciências contábeis, ciências sociais, comunicação, economia, enfermagem, engenharia mecânica, geologia, história, linguística aplicada e psicologia. Alguns destes cursos contam com nível de excelência nas avaliações oficiais.

O programa de comunicação, por exemplo, tem nota seis no mestrado e doutorado, em uma escala que vai até sete. Psicologia e linguística têm nota cinco nos dois cursos. No caso de comunicação, é um dos três programas com esse desempenho nota seis em todo o país, e considerado é uma referência na área.

Segundo o pesquisar e formando do programa de pós e doutorado em ciências sociais da Unisinos, Christian Gonzatti, a decisão de encerrar os programas aconteceu de forma unilateral pelo novo reitor da Universidade, que não dialogou sobre a decisão com a comunidade acadêmica. “A decisão foi orientada sobre o novo planejamento estratégico do reitor, prejudicando projetos nacionais e internacionais de pesquisas”, lamenta Chris.

 

A decisão ainda não foi oficializada na Capes, embora a universidade tenha autonomia para tomar decisões como essa. No início deste mês, integrantes da Unisinos estiveram no órgão, que é ligado ao MEC (Ministério da Educação) para debater possibilidades de fusão de programas.

Há receio da comunidade acadêmica sobre demissões de professores.

A Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), órgão federal que regula a pós-graduação no país, foi procurada pela reportagem, mas não se posicionou até o momento.

Nota Unisinos

A Unisinos foi procurada pela reportagem, mas retornou até o fechamento desta matéria. Em nota publicada no site da instituição, a universidade fala que a decisão ocorreu para “promover o equilíbrio financeiro da instituição” e que manterá investimentos por meio de 14 programas.

“O contexto do ensino superior brasileiro mudou radicalmente ao longo dos últimos anos”, diz a nota. “Houve significativa redução do número de matrículas, resultado da crise econômica do país, da redução expressiva de financiamento público para o ensino superior e da pandemia.”

Ainda segundo o texto, “os alunos desses programas não serão prejudicados, pois lhes será garantida a continuidade do curso até que concluam sua formação”.