As eleições de 2022 deverão se converter em um amplo movimento democrático, um processo a quente, e não a frio. Desde as Diretas Já, será a maior prova de fogo de todas e todos que defendem as liberdades democráticas conquistadas. A tarefa está dada: retirar do poder forças neofascistas, milicianos, fundamentalistas, a escória das Forças Armadas, filhotes da ditadura, que assumiram o poder central do país em 2018. Retirar-lhes do poder é condição para interromper o processo golpista que teve início após as eleições de 2014.

Não se tratando de eleições comuns, é necessário pensar para além dos limites partidários. Todos aqueles que desejam derrotar Bolsonaro veem em Lula a alternativa que tem reais condições de nos conduzir a uma vitória eleitoral, numa eleição duríssima que não podemos cogitar perder. 

Mas a vitória eleitoral não basta. Para derrotar o golpe e seus impactos sociais, políticos e ideológicos, precisamos mover as forças sociais dos oprimidos e explorados do Brasil. Somente um verdadeiro movimento democrático, com raízes nas lutas sociais, pode vencer o neofascismo.

Na construção desse movimento democrático, não podemos prescindir de Boulos como postulante ao governo de São Paulo. Não que outras personalidades não possuam legitimidade para tal pleito, mas porque precisamos que todas e todos precisam ter o seu lugar. As lideranças políticas que serão porta-vozes desse movimento democrático em 2022 precisam, para serem vitoriosas, ter profunda conexão com as lutas mais importantes do nosso tempo. Esse é o caso de Guilherme Boulos. 

Lula se forjou no maior ascenso operário da nossa história, colocou o movimento de massa como protagonista da luta contra ditadura. Não é à toa que, após 500 dias de prisão injusta, é o candidato com mais condições de derrotar Bolsonaro nas urnas. 

Por outro lado, Boulos precisa ter um lugar em 2022, porque sua força vem da luta por teto, contra a fome e as injustiças sociais. E, por isso, ele tem tanta força. Em 2020, foi ao segundo turno contra o tucanato na capital paulista após ter eliminado o candidato Bolsonarista da corrida eleitoral. Vem obtendo excelente projeção nas pesquisas de opinião. Porém, além de ser viável, Boulos é símbolo da esperança e não apenas de “o que temos pra hoje”. 

Boulos é garantia de que a luta contra a injustiça social poderá apaixonar a juventude, as mulheres, as LGBTQIA+, de que o racismo estrutural será combatido. Boulos não é um arrobo personalista, mas sim um exemplo de solidariedade e combatividade, além dos limites partidários, como ficou nítido contra a prisão injusta de Lula e na luta contra o golpe de 2016. 

Que as fronteiras partidárias não impeçam que Lula e o PT enxerguem que não podemos prescindir de tudo que Boulos traz consigo, uma vez que a luta contra o neofascismo é uma luta pelo direito ao futuro e não uma luta para voltar ao passado. 

Bancada Feminista do PSOL – mandata coletiva na Câmara Municipal de São Paulo composta pelas covereadoras Silvia Ferraro, Paula Nunes, Carolina Iara, Dafne Sena e Natália Chaves