Encontro de gerações: Campeonato Brasileiro de Ginástica vive brilho de novos nomes e despedidas em Aracaju, às vésperas do Mundial
Mineiro Caio Souza é destaque com 4 ouros nas finais por aparelhos; Christal Bezerra lidera com 2 douradas no feminino; Dani Hypólito, Jade Barbosa, Rebeca Andrade e Arthur Nory marcam presença veterana nos pódios.
Por Danilo Lysei e Renan Cuel para a NINJA Esporte Clube
Encerrou neste domingo (3), o Campeonato Brasileiro de Ginástica, em Aracaju, Sergipe.
Após o emocionante ‘Baile de Favela’ e histórica campanha nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020, a Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) realizou nesta semana a competição nacional artística nas categorias adulta e infantil e, às vésperas do mundial, vive o brilho de novos nomes e possíveis despedidas.
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Ainda com arquibancadas vazias como protocolo à pandemia, a disputa nacional foi o palco para as figuras da ginástica despontarem nos aparelhos e nós conhecermos os nomes da base, promessas de alavancar a potência esportiva do Brasil.
Destaques da edição
O destaque da edição 2021 foi Caio Souza, pelo Minas Tênis Clube (MG). O atleta de 28 anos surpreendeu os companheiros de modalidade ao levar 4 ouros e 1 prata nas individuais de aparelhos. Diferente da queda sentada e 8º lugar no Salto nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, o mineiro das boas caretas teve uma ótima participação e levou a 1ª colocação no Salto (14.175), Solo (14.150), Argolas (14.850) e Barras Paralelas (14.450).
Além das medalhas, Caio consagrou o seu terceiro título nacional individual geral e o inédito 1º lugar por equipe ao clube mineiro. Os títulos nacionais do veterano se somam aos ouros (individual e equipe) do Pan-Americano de Lima 2019 e projetam o atleta para ser a maior esperança no Mundial de Kitakyushu, no Japão, daqui duas semanas (18 e 24 de outubro).
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Pelo feminino, a paulista Christal Bezerra, de apenas 17 anos, despontou frente às colegas antigas de casa, pelo Centro Olímpico (SP). Foram 2 ouros nas individuais por aparelhos: Salto (13.200) e Solo (13.600). Pelo clube, a jovem atleta ainda levou o 3º lugar por equipe na competição.
Com boas aspirações dividindo provas com medalhistas olímpicas e seu destaque devido a performance, Christal se revelou como um dos próximos nomes nacionais para o futuro da ginástica, inclusive para Paris 2024. Na redes, a mirim compartilhou as douradas e expectativas.
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Junto aos nomes, a nova figura favorita brasileira Rebeca Andrade, 22 anos, vive seu maior momento da carreira e também marcou presença dentre os destaques, ao levar 2 medalhas de ouro na competição nacional. Como previsto, o espetáculo do ‘Baile de Favela’ da inédita campeã olímpica a fizeram consagrar o 1º lugar no individual geral (somatória de 57.950) e por equipes, pelo clube Flamengo (RJ).
Apesar da classificação, a atleta guarulhense acompanhou as finais por aparelhos da arquibancada e se poupou rumo ao Japão focada em “maiores saltos”, ao qual será a única ginasta pelo Brasil no Mundial 2021.
Na cola, a veterana Jade Barbosa, 30 anos, após dois anos paralisadas se recuperando de lesões, participou da disputa e levou 2 pratas com a desenvoltura nas execuções: Barras assimétricas (13.200) e Trave feminino (13.200).
De fora de Tóquio 2020 após uma lesão no menisco em maio, a atleta dividiu o pódio por equipe com Rebeca e ainda deu espaço à colega de clube, Lorrane Oliveira, 23 anos, que levou ouro nas Barras e que já é promessa ao futuro da ginástica brasileira desde Rio 2016.
Junto de sua parceira olímpica, Jade ainda protagonizou um momento emocionante, ao acolher a colega mirim Hellen Carvalho, 13 anos, após uma queda do aparelho trave de equilíbrio.
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O campeonato brasileiro também foi palco para Daniele Hypolito que, em seus bem vividos 37 anos e inúmeras vitórias com o brasão nacional, somou à carreira o título por equipe pelo clube carioca, com um leve ar de despedida de disputas pela modalidade.
No Masculino, o campeão olímpico Arthur Nory também marcou a presença veterana no pódio ao levar 2 medalhas pelo Clube Pinheiros (SP): ouro na Barra Fixa (14.500) e prata no Solo (13.500), atrás de Caio. De fora das finais em Tóquio 2020 após queda, o atleta se junta a correria dos colegas para a representação no mundial em busca do bicampeonato do aparelho barra.
Na edição 2021, a despedida anunciada mesmo veio de Letícia Costa, 26 anos, ginasta pelo Fluminense (RJ). O furacão das competições Sul-Americanas e Pan-Americanas anunciou sua aposentadoria após 22 anos de ginástica pelo Brasil, levando mais de 15 medalhas no pescoço.
No CBG, Letícia participou junto da comissão técnica, em suporte às colegas e equipe carioca. Convocada de última hora no Mundial de Stuttgart 2019 após quatro anos focados na carreira acadêmica, a veterana encerra a passagem na ginástica com 4 mundiais no currículo.”
Competição
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Ao todo, a competição reuniu 128 atletas nas provas masculinas e femininas, dentre 11 clubes brasileiros que compuseram a disputa: Flamengo (RJ), Fluminense (RJ), Centro Olímpico-SP (SP), Sesi (SP), Serc Santa Maria (SP), Esporte Clube Pinheiros (SP), Grêmio Náutico Interior (RS), Sogipa (RS), Minas Tênis Clube (MG), Cegin (PR) e Setor Leste (DF).
O campeonato, que não tinha tanta cobertura e visibilidade, este ano foi transmitido parcialmente pela TV fechada. Na quinta-feira (30), pela primeira vez, desde 2014, ocorreu pelo SporTV, e de sexta-feira a domingo, pelo canal da CBG no YouTube e pelo canal Olímpico do Brasil.
Apesar do apoio, muitos espectadores reclamaram nas redes sociais por não conseguir acompanhar outros atletas da modalidade, pois muito do foco foi dado apenas à equipe do Flamengo e na medalhista olímpica Rebeca, o que definiu a transmissão ainda limitada e pouco acessível.
Ainda sim, a disputa de 2021 nos mostrou novos nomes fora do eixo São Paulo-Rio sobre o pódio, como Júlia Soares, 16 anos, e Ana Luiza Lima, 16 anos, pelo Cegin (PR); e Josué Heliodoro, 18 anos, pelo Sogipa (RS). Vale ficar de olhos nas sementes.
De cá, os parabéns a todas as apresentações e séries do campeonato, em todas as suas dificuldades.