Mutirão Contra a Fome: roça – colheita – alimento
Você já pensou sobre as pessoas que vivem no campo e o papel que cumprem todos os dias nas nossas vidas? Algum livro, homenagem, discurso são capazes de explicar o tamanho da importância dos/as camponeses/as para sociedade?
Você já pensou sobre as pessoas que vivem no campo e o papel que cumprem todos os dias nas nossas vidas? Algum livro, homenagem, discurso são capazes de explicar o tamanho da importância dos/as camponeses/as para sociedade? Cuidar da terra, do plantio, da colheita, do beneficiamento, da destinação dos alimentos da sua produção para o acesso de toda população é sem dúvida uma tarefa árdua e indispensável à humanidade em todos os tempos.
Hoje, apesar dos tantos desafios postos, nós camponeses seguimos produzindo alimentos, construindo campanha de solidariedade “Mutirão Contra a Fome” buscando contribuir para que as famílias que não tem acesso a alimentos não fiquem em situação de fome, e ao mesmo tempo estamos buscando fazer com que o povo do campo e a cidade entrelace ainda mais suas mãos com organização para encarar os desafios da luta pelas transformações em nosso país. Sem dúvidas o alimento foi e continua sendo o principal elo dessa nossa aproximação e ligação cotidiana que deve ser fortalecida entre o campo e a cidade.
Para avançarmos com a Campanha “Mutirão Contra a Fome” cumprindo seus objetivos necessitamos envolver muita gente nessa roda: camponeses, militantes, aliados, organizações parceiras, apoiadores, doadores, famílias beneficiárias, jovens com sua criatividade, mulheres camponesas, comunicadores/as. A tarefa de arrecadar e assegurar doação de alimentos para famílias que se encontram em situação de fome nas cidades sem dúvida necessita de muita organização e gente, sobretudo porque queremos avançar fortalecendo o protagonismo coletivo, a unidade entre as organizações e com o povo ativo no processo.
Para tanto precisamos seguir nos desafiando a construir os Comitês Populares do Alimento em todos os locais / territórios onde necessitamos atuar no enfrentamento a Pandemia do Coronavírus e a fome. Nossa campanha de solidariedade vincula, portanto, o alimento a organização do povo para encarar os problemas de agora e acumular força para o projeto de sociedade que sonhamos e necessitamos construir. Nossa luta é pela vida com dignidade.
Que a Campanha Nacional de Solidariedade “Mutirão Contra a Fome” desenvolvida pelo MPA, que já articulou e distribuiu nesses últimos 40 dias mais de 200 toneladas de alimentos em 12 estados do Brasil, siga articulando esforços para que as ações tenham continuidade por todo período que for necessário à sua existência. Assim, destacamos a importância das diversas contribuições destinadas à campanha e agradecemos as organizações pela construção conjunta, aos apoiadores pelas doações, aos Camponeses/as pelo alimento compartilhado, à militância espelhada pelo país, pelo compromisso que faz romper as barreiras do “medo” para cumprir sua tarefa junto ao povo.
Que o campesinato siga batalhando para que os governos implementem o Plano Safra Emergencial, lutando por seu direito de ter um conjunto de políticas e programas capazes de contribuir na produção e no Abastecimento Popular de Alimentos para responder as necessidades da população.
Que a macaxeira, o feijão, café, carne, quiabo, acerola, leite, cana, arroz, sementes, ervas medicinais e tantos outros alimentos mais, gerados pela terra e pelas mãos camponesas em todos os cantos do mundo se transformem em cestas e alimentem vidas, sonhos, atitudes e esperanças nas transformações.
Que façamos as reflexões necessárias sobre a fome promovida pelo sistema capitalista que destrói a humanidade. Que não deixemos no comando do país governos como Bolsonaro que aprofunda as crises, os problemas sociais e coloca as questões dos patrões acima das necessidades da vida do povo. Que materializemos na prática o sentido amplo da palavra solidariedade.