“Por favor, permita que não retrocedemos décadas de luta pelas florestas”, disse Gisele em nota

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A modelo e ativista ambiental Gisele Bündchen, publicou em suas redes sociais na manhã dessa quinta-feira, 1º de novembro, uma crítica após o anúncio do presidente eleito Jair sobre uma possível fusão entre os ministérios do Meio Ambiente e da Agricultura. A proposta de Bolsonaro antecipa o início do desmonte da governança ambiental do Brasil.

Na nota, Gisele faz um apelo a Jair Bolsonaro:

Excelentíssimo futuro presidente eleito Bolsonaro.

Como defensora do meio ambiente e cidadã brasileira, preciso manifestar a preocupação com a proposta de união entre os Ministérios do Meio Ambiente e da Agricultura. Dois órgãos de imensa relevância nacional e que têm agendas próprias, e por vezes, incompatíveis. Temos um país abençoado com uma biodiversidade inestimável e com condições de liderar a guinada global rumo ao desenvolvimento sustentável. Conciliar conservação socioambiental e crescimento econômico é perfeitamente possível e necessário.

Fragilizar a autoridade representada pelo Ministério do Meio Ambiente, no momento em que as preocupações com as ameaças da mudança climática e do desmatamento se intensificam, pode ser desastroso e um caminho sem volta. Assim como o mundo precisa da Amazônia e demais florestas para o equilíbrio do clima, nosso agronegócio também precisa da floresta em pé para garantir as condições mínimas para que continue tendo força no futuro. Nesta caminhada, o diálogo é fundamental.

A natureza é o nosso bem mais valioso na Terra, e preservar o meio ambiente é essencial para o futuro dos nossos filhos e próximas gerações.

Por favor, permita que não retrocedemos décadas de luta pelas florestas.

Com respeito e gratidão, Gisele!

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Além de Gisele, outras personalidades, parlamentares, organizações e ex-ministros do Meio Ambiente se manifestaram em repúdio a declaração de Bolsonaro.

No segundo turno das Eleições 2018, 8 ex-ministros do Meio Ambiente, entre eles Marina Silva e Carlos Minc, alertam para uma série de políticas necessárias para implementação do desenvolvimento sustentável no Brasil, em artigo intitulado “Não podemos desembarcar do mundo”.

Um grupo de 136 geógrafos também não se calou diante a declaração, e lançou uma nota relatando o risco que a proteção da Amazônia corre sob uma possível gestão de Jair Bolsonaro (PSL) no Palácio do Planalto.

Marina Silva, ex-ministra do Meio Ambiente foi à público alertar a população sobre os riscos que o meio ambiente sofre sobre a possível fusão:

 

Na última quarta-feira, 31 de outubro, durante uma sessão da comissão do meio ambiente e desenvolvimento sustentável na Câmara dos Deputados, o Deputado Federal reeleito, Alessandro Molon (REDE/RJ), manifestou repúdio à fusão:

O presidente eleito não deve imaginar que o Brasil vai passar a ser visto como inimigo do meio ambiente