Só se ilude com a rede Globo quem é bobo
A Globo, como quem joga um jogo de tabuleiro, manipula fatos, criando e `descriando` presidentes de acordo com seus interesses e da parte da classe a qual representa.
Não bastassem o apoio ao golpe militar de 1964 e ao golpe político de 2016, a Rede Globo, em aliança com setores do judiciário e da burguesia, se lança novamente como suporte de um golpe, agora o `golpe dentro do golpe`.
Como quem joga um jogo de tabuleiro, manipula fatos, criando e “descriando” presidentes de acordo com os interesses seus e da classe que representa.
A maior representação do monopólio das comunicações do nosso país, quiça do mundo, aproveita-se de todo esse poder para entrar em nossas casas, sem pedir licença, e dizer o que é falso e verdadeiro, o que é certo e errado, legítimo e ilegítimo. Isso não acontece só hoje. Como de praxe, a Globo no período da ditadura militar, momento em que mais construiu e fortaleceu seu império ($$$$), escondeu as lutas pela redemocratização, negando o direito a informação e mostrando que seu compromisso não é com seus telespectadores, mas sim com a classe dominante e com o sistema político em curso.
Em 1984, escondeu do povo brasileiro o histórico comício, em São Paulo, pelas Diretas Já.
As mobilizações populares vem ganhando força. Desde o carnaval o povo está mais presente nas ruas. No dia 28 de abril fizemos uma greve geral histórica. O governo Temer a cada dia perde mais a legitimidade para aprovar no Congresso as reformas que atendem aos interesses da classe dominante.
Nova fase do jogo golpista
Vendo este cenário, os setores que apoiam a Lava Jato traçaram uma nova investida: a delação do empresário da JBS, Joesley Batista, começam uma nova fase do jogo e envolve diretamente o presidente golpista.
A Rede Globo não poderia ficar de fora e iniciou novamente sua ofensiva para mudar os rumos políticos do Brasil oferecendo ao povo – oferece é um jeito carinhoso de dizer: empurra goela abaixo – em todos os seus veículos de comunicação a saída mágica para esse aprofundamento da crise política: eleições indiretas.
Sua programação de tevê, parafraseando o Lula em seu depoimento ao Moro, poderia mudar de nome para Bom Dia Indiretas, Boa tarde Indiretas, Boa noite Indiretas, Fantástico com Indiretas, Jornal das Indiretas e assim sucessivamente.
No dia 19 de abril o jornal O Globo deu o ultimato: lançou um editorial defendendo a renuncia do Temer e eleições indiretas. Assim como fez com Dilma e na época da ditadura, assume agora publicamente sua posição política e tira a falsa máscara de imparcialidade.
A Rede Globo e setores do judiciário e da burguesia precisam de alguém que consiga dar curso as reformas e para isso necessitam de uma alternativa que exclua a participação popular.
Quem seria? Rodrigo Maia? Meireles ou Gilmar Mendes, Nelson Jobim ou Carmem Lucia, Ayres Britto? Você confia neles?! Eu não!
Negando o direito à informação, a Globo, mais uma vez, ocultou de sua programação (assim como negou até o último momento a greve do dia 28 de abril) os atos que ocorreram no dia 21 de maio, em 19 estados do país, pedindo o Fora Temer e Diretas já.
Mais uma vez ela mascara que há possibilidade do povo tomar em suas mãos as rédeas da política brasileira. Mais uma vez ela utiliza da sua máquina para impor sua agenda e ser um dos principais empecilhos para a retomada da democracia.
A resposta das ruas
Apesar de todo esse poder, a família Marinho – que soma uma patrimônio de mais de R$ 51 bilhões – não conseguirá de forma tranquila travar mais um golpe na história brasileira. A luta popular só aumenta e vamos iniciar um momento de ofensiva, nas ruas e nas redes, que acumulará para retomada da democracia.
No campo institucional, em paralelo à mobilização popular, a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, CCJ, realizará amanhã, 23, a votação da admissibilidade da PEC (Proposta de Emenda à Constituição), 227/2016, do deputado Miro Teixeira (REDE – RJ) que prevê eleições diretas em caso de vacância do cargo de presidente em até 6 meses do fim do mandato.
Não iremos nos silenciar diante de mais uma agenda do golpe. Daremos continuidade a Jornada de Lutas por Diretas Já, iniciada no dia 17 de maio.
Iremos todas e todos, no dia 24 de maio, à Brasília e às capitais onde tiver atos, para defender a democracia, nossos direitos e as Diretas Já. Além disso, vamos propor também uma alternativa à crise econômica e política. No dia 29 de maio, em São Paulo, será lançado o Plano Popular de Emergência puxado pela Frente Brasil Popular. Só unindo às lutas pela reivindicação por Diretas, esse Plano, é que conseguiremos vencer a batalha contra o golpe.