O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), quer um cheque em branco para aplicar da sua própria maneira as indenizações que deveriam ser entregues às vítimas do rompimento da barragem da Samarco, na bacia do Rio Doce, que sofreram perdas irreparáveis. O prazo para o fim das negociações em torno da repactuação termina no próximo dia 5.

O governador defende a utilização dos recursos em obras que abranjam todo o estado, argumentando que a suspensão das atividades da Samarco impactou toda a região. Em contrapartida, o governo federal, respaldado pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), insiste na aplicação exclusiva na área diretamente afetada pela tragédia, nos municípios da bacia do Rio Doce.

As conversas envolvem os governos federal, mineiro, capixaba e a Fundação Renova, criada pelas mineradoras Vale e BHP Billiton, controladoras da Samarco, dona da barragem que rompeu.

O novo acordo propõe que o poder público assuma a responsabilidade pelas obras e projetos sociais, enquanto as mineradoras, Vale e BHP Billiton, controladoras da Samarco, ficariam encarregadas apenas do repasse dos recursos. O modelo vigente desde 2016, onde as mineradoras arcavam com os recursos e a Fundação Renova coordenava as ações, seria revisto.

Apesar das discordâncias sobre a destinação dos recursos, ambos os lados concordam que o modelo de reparação atual, com a Fundação Renova à frente, falhou. O governo federal alega que as medidas compensatórias e reparatórias não foram eficazes, resultando em constantes disputas judiciais.

Novas reuniões estão agendadas nos próximos dias para tentar superar o impasse e definir o valor a ser pago pelas mineradoras, numa tentativa de encontrar uma solução que atenda às demandas de ambas as partes envolvidas. O MAB afirmou que irá manter pressão por um acordo que contemple os atingidos.