Pessoas que faziam compras se solidarizaram com Guilherme Quintino, do Volta Redonda, e exigiram o dinheiro de volta das roupas recém-adquiridas

Foto: reprodução

Termina hoje o prazo para que a Zara entregue à polícia as imagens das câmeras de segurança em que Guilherme Quintino, jogador do Volta Redonda, aparece sendo perseguido e afirma ter sofrido racismo. Pessoas que faziam compras se solidarizaram com o jogador e exigiram o dinheiro de volta das roupas recém-adquiridas.

De acordo com a defesa de Guilherme, se a marca reconhecida por vender artigos considerados de luxo deixar de entregar as imagens, poderá haver crime de desobediência.

“As provas comprovam que há uma política de racismo sistêmico na Zara”, afirmou Djeff Amadeus, um dos advogados de Guilherme para a NINJA.

Além do advogado, Letícia Domingos também faz parte da equipe de defesa. Eles vão pedir a interdição da Zara, por um dia, bem como a apreensão do celular do segurança. “As câmeras comprovam que o segurança não agiu por conta própria. Ele foi orientado”, afirma.

Perseguição

“Cadê a bolsa que estava na sua mão?’ e eu disse: ‘Eu deixei na parte masculina’. E ele insistia: ‘Cadê a bolsa? Então me leva até ela’. E eu fui, sem problema nenhum. Ele viu, e aí fiquei em choque, constrangido”, narrou Guilherme em depoimento à polícia.

Ele foi perseguido por um segurança na tarde da última terça-feira (20), em uma loja da Zara, no Barra Shopping, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Guilherme e sua namorada, Juliana Ferreira, faziam compras na loja.

Juliana pegou uma ecobag disponibilizada aos clientes e a entregou a Guilherme. Juntos, eles escolheram algumas peças, mas decidiram não comprá-las. Após deixarem a sacola em uma arara da loja, dirigiram-se à saída, quando foram abordados por um segurança.

O segurança impediu Guilherme de sair, enquanto Juliana questionava a ação, porém sem receber qualquer resposta do funcionário. A situação durou cerca de 40 minutos. o jogador foi obrigado a acompanhar o segurança até a arara onde haviam deixado a bolsa.

Nesse momento, o funcionário solicitou a presença de uma mulher para verificar os itens contidos na ecobag. Durante todo o procedimento, o segurança incessantemente questionava Guilherme. Após a conferência dos produtos da loja, Guilherme foi finalmente liberado.

No entanto, eles retornaram ao estabelecimento e exigiram falar com o gerente. Ao ser questionada, a responsável pelo local prometeu investigar o ocorrido, mas após 20 minutos retornou sem oferecer qualquer explicação.

O atleta já atuou nos times de base do Flamengo e do Botafogo e atualmente está no Volta Redonda.