A investigação da PF indica que a invasão ao sistema da Justiça foi realizada através da utilização de credenciais falsas obtidas de forma ilícita

Foto: Câmara dos Deputados

A Polícia Federal (PF) desencadeou nesta quarta-feira (2) uma operação em endereços ligados à deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) para investigar invasões criminosas nos sistemas do Poder Judiciário da União, com o objetivo de tentativa de fraude das eleições. Além disso, estão sendo cumpridos mandados de busca e apreensão e também um mandado de prisão contra o hacker responsável pelos vazamentos da operação Lava Jato, Walter Delgatti.

A operação visa apurar os atos ilícitos ocorridos entre os dias 4 e 6 de janeiro de 2023. Nesse período, indivíduos desconhecidos teriam invadido o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e, possivelmente, de outros tribunais pelo país, inserindo fraudulentamente 11 alvarás de soltura de detentos e um mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

A investigação da PF indica que as invasões foram realizadas através da utilização de credenciais falsas obtidas de forma ilícita, permitindo que os criminosos tivessem controle remoto dos sistemas. Essa informação ainda está em apuração, e foi coletada após depoimento de Delgatti.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, destacou a importância da operação no combate aos ataques às instituições e na defesa da Constituição.

“Em prosseguimento às ações em defesa da Constituição e da ordem jurídica, a Polícia Federal está cumprindo mandados judiciais relativos a invasões ou tentativas de invasões de sistemas informatizados do Poder Judiciário da União, no contexto dos ataques às instituições”, destacou.

Zambelli foi a principal articuladora de movimentos de rua que levaram à eleição de Bolsonaro para a presidência e a sua própria para a Câmara dos Deputados. A deputada enfrenta uma série de pedidos de cassação de mandato por quebra de decoro na Comissão de Ética da Câmara, além de estar inserida no inquérito das Fake News, que reúne bolsonaristas que divulgam informações falsas com o objetivo de atacar a democracia brasileira.

A deputada ainda não se pronunciou publicamente sobre o assunto. Walter Delgatti, conhecido como o hacker da Vaza-Jato, já havia sido preso anteriormente por vazar mensagens de autoridades da operação Lava Jato e agora enfrenta um novo mandado de prisão.