O XI Encontro e Feira dos Povos do Cerrado movimenta Brasília (DF) com debates, oficinas, feira de produtos da sociobiodiversidade e atividades culturais. Iniciado no dia 10 no Eixo Cultural Ibero-Americano (antiga Funarte), o evento se estende até sábado (13) e já reuniu milhares de pessoas de diferentes regiões do país.

Organizado pela Rede Cerrado, o encontro traz como tema “Cerrado, berço das águas, coração do Brasil”, ressaltando o papel estratégico do bioma para a regulação do clima, a segurança hídrica e a produção sustentável. Reconhecido como a “COP do Cerrado”, o evento ganha ainda mais relevância em um ano marcado pela preparação para a COP30, que será realizada em Belém (PA).

A programação reúne povos indígenas, quilombolas, comunidades tradicionais, agricultores familiares, extrativistas, assentados, pesquisadores e ativistas socioambientais, somando mais de 22 segmentos de povos e comunidades cerratenses. Estima-se a participação de cerca de 10 mil pessoas ao longo dos quatro dias.

Para a secretária executiva da Rede Cerrado, Ingrid Silveira, o bioma cumpre um papel essencial para o país: “Os recursos hídricos do Cerrado sustentam a produção de alimentos, geram energia, recarregam aquíferos vitais e ajudam na regulação do clima. No momento, esse coração pulsa sob diversas ameaças”, destacou.

O encontro também reafirma o Cerrado como pauta prioritária nas discussões climáticas. Para Hiparidi Top’tiro, vice-coordenador da Rede Cerrado, não há como dissociar a preservação do bioma da proteção da Amazônia: “Acreditamos que as conversas no Encontro e na Feira serão fundamentais para os debates que teremos alguns meses depois, na COP30”.

Além dos painéis temáticos e debates, o público pode visitar a Feira da Sociobiodiversidade, que reúne produtos oriundos de 12 estados brasileiros e estará aberta até sábado (13), das 16h às 22h.