Ao novo secretário da Segurança Pública, Mário Sarrubbo, que assumiu a função recentemente e pretende diminuir a criminalidade e enfraquecer as facções. Eu tenho a solução para o seu problema: legalizar as drogas, principalmente a maconha, do cultivo à comercialização.

Veja bem, eu sei que o senhor já deu declarações preocupantes e assustadoras em entrevista para o jornal Estado de SP sobre seus planos para enfrentar o crime organizado no Brasil. Porém, gostaria de propor uma outra ideia ainda não testada por aqui, mas que está dando certo em outros lugares. E faz muito mais sentido.

Em veículos da imprensa, o secretário fala sobre seus objetivos à frente do cargo e, enfatiza o combate ao crime organizado e ao PCC. Ele fala sobre utilizar inteligência e também a repressão respeitando os direitos humanos para “sufocar o PCC”.

Mas aparentemente, ele pretende fazer isso sem enfrentar o real problema: a criminalização das drogas e a proibição das mesmas, que acaba fortalecendo o tráfico e, consequentemente, o crime organizado. Em nenhum momento vimos o secretário falar sobre a importância da legalização da maconha e do cultivo, que obviamente iria colaborar muito para melhorar a segurança pública.

Ora, se seguir uma mesma receita pronta e já testada, será que não deveríamos estar melhores já que são anos investindo e gastando bilhões nesta mesma repressão? Se a repressão fosse a solução para o tráfico de drogas e a criminalidade, por qual motivo ainda temos os dois: drogas e criminalidade?

Infelizmente, na história recente, temos um novo secretário com uma mesma ideia ultrapassada para lidar com problemas antigos nunca solucionados. Tentando ser “herói” usando um antidoto comprovadamente falho. Mas como eu falei no início do texto, eu tenho uma solução que o secretário pode seguir, implementar, testar e ver o que acontece.

Afinal, não custa mais nada depois de tanto fracasso seguindo a mesma política.

A solução para a segurança pública

Minha dica para o secretário de segurança é seguir os exemplos de países que estão legalizando e procurando outras abordagens mais modernas até mesmo para lidar com drogas mais pesadas, reduzindo danos e não reprimindo usuários. Fazer uma verdadeira legalização brasileira, respeitando as diferenças e particularidades de um país enorme como o nosso.

Vou citar algumas medidas que iriam ajudar a diminuir a criminalidade no país e, além de tudo, trazer benefícios para todos, inclusive para quem não é usuário.

– Legalizar o autocultivo de maconha caseiro para usuários. Quanto mais pessoas sabendo como plantar maconha, menos usuários comprando do tráfico.

– Regulamentar o comércio da maconha e garantir que ela seja vendida a preços baixos para que todos tenham acesso, enfraquecendo o tráfico.

– Incentivar o cultivo na agricultura nacional para abastecer o mercado nacional e exportar para países já legalizados, gerando empregos no país.

– Inserir pessoas condenadas pela guerra às drogas nesse novo mercado legal, promovendo de fato uma ressocialização.

– Fazer políticas de redução de danos efetivas para lidar com usuários de crack ou cocaína, como as salas de consumo presentes em cidades europeias.

São ideias que já estão sendo testadas em outros lugares, e que o novo secretário pode entrar para a história ao colocá-las em prática. Do contrário, tende a ser mais um que vai ocupar o cargo sem conseguir resolver o problema efetivamente na sua raiz. Pois uma coisa é certa: enquanto a legalização da maconha e das demais drogas não for prioridade para a segurança pública, a criminalidade vai continuar vencendo. E todo mundo perdendo.

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