“Volta pra senzala”. Racismo em escola de Rio Claro provoca protestos de alunos
Aluna chamou colega negra de “negrinha” e pediu para “voltar para senzala” em Escola Estadual Marciano de Toledo Piza
Contra o racismo na escola, estudantes fizeram um ato, na última sexta-feira (18), no pátio da Escola Estadual Marciano de Toledo Piza, de Rio Claro (SP). “Escola racista, queremos justiça”, gritaram os alunos. O estopim para a mobilização do ato foram as ofensas proferidas a uma aluna do 1º ano do ensino médio por uma outra estudante dentro da escola.
Segundo relata a mãe da adolescente, uma aluna chamou a garota de “negrinha” e disse que ela deveria “voltar para a senzala”. Após o episódio, a aluna que teria cometido o ato racista comentou no Instagram que “fez uma menina negra chorar por racismo e que agora as negrinhas da sala estavam revoltadas”.
Os prints da conversa viralizaram entre os estudantes e como a aluna que cometeu o ato racista não havia sido punida, eles organizaram um protesto.
Uma jovem preta de 16 anos escutou na sala de aula que era negrinha e deveria voltar para senzala.
E quando chegou na diretoria ouviu que era mimimi
Até hoje tentando abafar esse caso e sem reposta.
Os alunos protestaram e até hoje sem resposta pic.twitter.com/EzGtofdEHR— Nah 🇨🇩 (@nahrivelli) March 21, 2022
Durante o protesto os alunos divulgaram gravações feitas da conversa que a vice-diretora teve com os alunos na sala de aula, quando disse que não toleraria a interferência na apuração do caso. “Um assunto que nem é de vocês, que é conversinha, mimimi, briguinha de meninas, vocês vão se meter?”, afirmou.
Os estudantes também reclamaram da postura da direção da escola que, para ele, está omissa diante do caso. Além disso, os alunos divulgaram gravações feitas de uma conversa da vice-diretora com os alunos em sala de aula. Conforme os aúdios, a vice-diretora afirmou que não toleraria interferência na apuração do caso. “Um assunto que nem é de vocês, que é conversinha, mimimi, briguinha de meninas, vocês vão se meter?”.
Os alunos chegaram a queimar uma camiseta do uniforme escolar como símbolo de revolta contra a instituição.
Em nota, a Secretaria de Educação informou que será “aberta apuração preliminar para verificar a conduta vice-diretora, para conclusão assertiva do caso”.