Por Eliana Conde Barroso Leite e Mídia NINJA

No último dia 17 de novembro, Qu Dongyu, diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e ex-ministro da Agricultura da China, realizou uma visita à comunidade de pescadores artesanais de Itaipu, em Niterói, como parte das atividades paralelas à cúpula do G20. Acompanhado por uma delegação de oito assessores da FAO, além de representantes do Ministério da Pesca e da Fiperj, Qu Dongyu demonstrou interesse pelo trabalho desenvolvido pela Associação de Pescadores e Pescadoras da Reserva Extrativista de Itaipu e Lagoa de Itaipu (APPREILI).

A associação tem se destacado pela inovação ao agregar valor ao pescado, com iniciativas como filetagem, embalagem a vácuo e produção de compotas e outros produtos gastronômicos derivados do mar. Durante a visita, o diretor-geral da FAO teve a oportunidade de conhecer essas práticas, observar a infraestrutura local e compreender as estratégias adotadas para melhorar a sustentabilidade e a comercialização do pescado artesanal. O interesse também se voltou para a participação ativa das mulheres na associação, fundamentais na organização e no fortalecimento da pesca artesanal na região

“A visita é muito relevante para dar visibilidade ao trabalho dos pescadores artesanais e à pesca artesanal realizada de forma sustentável em Itaipu, que precisa de mais atenção e investimento público. É importante também para demonstrar a organização dos pescadores e sua luta para manter seu território, seus recursos, sua atividade e seu modo de vida”, afirmou a coordenadora do Projeto Maré de União, Valéria Penchel, conforme publicação no portal Enfoco.

O presidente da APPREILI, Jairo Augusto da Silva, destacou a importância do apoio de organizações internacionais como a FAO. “Esperamos avançar ainda mais e contar com apoio para melhorar nosso setor, tornando-nos uma referência para outras comunidades de pesca artesanal”, declarou. A visita foi considerada um marco histórico para a pesca artesanal, frequentemente invisibilizada, mas essencial para a segurança alimentar e para a preservação da cultura e dos recursos naturais da região.