Violência policial e prisão arbitrária marcam votação do novo ensino médio no Senado
Segundo o DCE Honestino Guimarães, “diversos estudantes que estavam manifestando contra foram agredidos, entre eles, Caio Sad, diretor do DCE e estudante de geografia”
Debaixo de protestos, violência policial e prisão arbitrária, a detenção do diretor do Diretório Acadêmico dos Estudantes (DCE) da Universidade de Brasília (UnB), Caio Sad, pela Polícia Legislativa durante uma manifestação na Comissão de Educação do Senado está gerando intensa polêmica e debates sobre a legalidade da ação.
Caio Sad foi detido enquanto participava de um protesto contra o projeto que define as regras para o Novo Ensino Médio. Um vídeo divulgado pelo Diretório Acadêmico da UnB mostra o diretor sendo retirado do local de forma violenta.
Segundo o DCE Honestino Guimarães, “diversos estudantes que estavam manifestando contra foram agredidos, entre eles, Caio Sad, diretor do DCE e estudante de geografia”.
Em uma declaração pelas redes sociais, o DCE afirmou: “Não aceitamos tal postura. Não dá pra falar de educação sem a participação dos estudantes”. O diretório destacou ainda que, até o momento, Caio permanece detido pela Polícia Legislativa sem justificativa clara.
A detenção de Caio Sad levanta questões sobre a liberdade de expressão e o direito de manifestação. Em resposta, o Senado enviou uma nota ao Correio Braziliense, justificando que as manifestações com cartazes são proibidas pelo Art. 3º do Ato da Comissão Diretora nº 18/2014. Segundo a nota, os manifestantes foram solicitados a guardar os cartazes.
A Comissão de Educação aprovou, em votação simbólica, o projeto de lei que institui mudanças no Novo Ensino Médio. O texto foi enviado pelo governo ao Congresso em outubro do ano passado e aprovado pela Câmara dos Deputados em março deste ano. Agora, o projeto aprovado sob forte repressão policial segue para análise no plenário do Senado.